Os preços do café robusta devem voltar a subir a partir do mês de junho, quando a safra deve voltar aos patamares normais. Em abril de 2009, a média mensal do café robusta estava em R$ 200,20 a saca tipo 6 peneira 13, enquanto no mesmo período deste ano os negócios foram fechados 21% mais baixos. A safra 2010/2011 apresentou comercialização a R$ 155 a saca, e no fim de abril caiu para R$ 145 (o tipo 7/8 bica corrida), queda de R$ 10 por saca.
"Basicamente, é influência da cotação internacional. Com a entrada da atual safra o preço caiu", afirmou Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). "No entanto, a demanda está permanente e vem atendendo [ao mercado] interno e externo. A demanda mundial cresce 2% ao ano", acrescenta.
Para Gil Barabach, analista da Safras & Mercado, o preço do café robusta caiu em função de um aumento na oferta mundial, que agora foi retomado pela produção do Vietnã. "Eles [vietnamitas] é quem ditam o ritmo. Apesar de o preço ter caído, a renda brasileira se manteve porque o Brasil pôde subir os preços", diz.
Segundo o analista, a tendência é de que o volume da oferta aumente em junho. Por enquanto, a safra nova é de poucos grãos, panorama que deve se alterar a partir do próximo mês.
Herszkowicz ressalta que os produtores do café conilon (robusta) ainda têm lucratividade. "Não há nada de anormal com o setor. Os preços não ficam no pico a vida toda", pontuou.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com a bienalidade positiva do café, a safra 2010/2011 deve crescer 19%. Mas o mercado está otimista e aposta em um crescimento entre 19% e 25%.
"O País pode colher uma safra [2010/2011] recorde, entre 51,6 a 54,2 milhões de sacas", disse o analista da Safras. Na temporada 2009/2010, que termina no próximo mês, a colheita foi de 43,2 milhões de sacas. O analista atribui o bom cenário, além da bienalidade, à contribuição da chuva. "Apesar do excesso, a chuva foi importante para a produção", diz.
Acompanhada pela nova safra está a exportação, que também terá aumento. De acordo com Guilherme Braga, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), a exportação no segundo semestre pode chegar a 17 milhões de sacas embarcadas. "Neste mesmo período, em 2009, exportamos cerca de um milhão a menos", afirma.
Otimista, Braga aposta, até o fim de 2010, em 31 milhões de sacas exportadas, volume maior que o acumulado dos últimos 12 meses, quando o País comercializou 29.938.979 sacas de café, equivalente à receita de US$ 4,5 bilhões. Para o diretor-geral do CeCafé, o acréscimo nas vendas para o exterior está ligado à produção de 47 milhões de sacas. Esse número aponta aumento de 19,2%, ante as 39,5 milhões de sacas de 2009. A bienalidade da cultura de café é intercalada entre um ciclo alto e baixo. Se a safra for comparada a 2008, quando a bienalidade também foi positiva, o crescimento é de 2,85%.
Produção do robusta
O Espírito Santo representa mais de 22% da produção nacional de café, conforme atestou Antonio Joaquim de Souza Neto, presidente da Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel. Na opinião do produtor, a produção de robusta apresentou problema em virtude de três meses (dezembro, janeiro e fevereiro) de seca no fim do ano passado. "Estamos a 200 metros de altitude, ao norte do Espírito Santo, onde é muito quente. Com a falta da chuva, não houve enchimento do grão, fato que determinou perda de 30% no peso", explicou. Por isso, o presidente disse que só conseguiu colher 35 sacos de 80 litros, enquanto que o normal é 45 sacos.
Outro agravante foi ocasionado, segundo Souza Neto, pelo aumento nos custos de produção: "Aí, pode-se somar mão de obra mais cara; mais defensivos agrícolas; energia e combustível", afirmou o produtor.
O preço atual do conillon está em torno de R$ 156, enquanto o arábica (depende da variedade) está por volta de R$ 213. Souza Neto paga, atualmente, R$ 6 cada por saco de 80 litros.
O café tipo arábica, que representa 75,1% da produção total, está calculado em 35,3 milhões de sacas, ante 28,9 milhões do último ano. O crescimento é de 22,3%. Já o conilon ou robusta têm índices equivalentes a 11,7 milhões de sacas.
Fonte: Campo Vivo
"Basicamente, é influência da cotação internacional. Com a entrada da atual safra o preço caiu", afirmou Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). "No entanto, a demanda está permanente e vem atendendo [ao mercado] interno e externo. A demanda mundial cresce 2% ao ano", acrescenta.
Para Gil Barabach, analista da Safras & Mercado, o preço do café robusta caiu em função de um aumento na oferta mundial, que agora foi retomado pela produção do Vietnã. "Eles [vietnamitas] é quem ditam o ritmo. Apesar de o preço ter caído, a renda brasileira se manteve porque o Brasil pôde subir os preços", diz.
Segundo o analista, a tendência é de que o volume da oferta aumente em junho. Por enquanto, a safra nova é de poucos grãos, panorama que deve se alterar a partir do próximo mês.
Herszkowicz ressalta que os produtores do café conilon (robusta) ainda têm lucratividade. "Não há nada de anormal com o setor. Os preços não ficam no pico a vida toda", pontuou.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com a bienalidade positiva do café, a safra 2010/2011 deve crescer 19%. Mas o mercado está otimista e aposta em um crescimento entre 19% e 25%.
"O País pode colher uma safra [2010/2011] recorde, entre 51,6 a 54,2 milhões de sacas", disse o analista da Safras. Na temporada 2009/2010, que termina no próximo mês, a colheita foi de 43,2 milhões de sacas. O analista atribui o bom cenário, além da bienalidade, à contribuição da chuva. "Apesar do excesso, a chuva foi importante para a produção", diz.
Acompanhada pela nova safra está a exportação, que também terá aumento. De acordo com Guilherme Braga, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), a exportação no segundo semestre pode chegar a 17 milhões de sacas embarcadas. "Neste mesmo período, em 2009, exportamos cerca de um milhão a menos", afirma.
Otimista, Braga aposta, até o fim de 2010, em 31 milhões de sacas exportadas, volume maior que o acumulado dos últimos 12 meses, quando o País comercializou 29.938.979 sacas de café, equivalente à receita de US$ 4,5 bilhões. Para o diretor-geral do CeCafé, o acréscimo nas vendas para o exterior está ligado à produção de 47 milhões de sacas. Esse número aponta aumento de 19,2%, ante as 39,5 milhões de sacas de 2009. A bienalidade da cultura de café é intercalada entre um ciclo alto e baixo. Se a safra for comparada a 2008, quando a bienalidade também foi positiva, o crescimento é de 2,85%.
Produção do robusta
O Espírito Santo representa mais de 22% da produção nacional de café, conforme atestou Antonio Joaquim de Souza Neto, presidente da Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel. Na opinião do produtor, a produção de robusta apresentou problema em virtude de três meses (dezembro, janeiro e fevereiro) de seca no fim do ano passado. "Estamos a 200 metros de altitude, ao norte do Espírito Santo, onde é muito quente. Com a falta da chuva, não houve enchimento do grão, fato que determinou perda de 30% no peso", explicou. Por isso, o presidente disse que só conseguiu colher 35 sacos de 80 litros, enquanto que o normal é 45 sacos.
Outro agravante foi ocasionado, segundo Souza Neto, pelo aumento nos custos de produção: "Aí, pode-se somar mão de obra mais cara; mais defensivos agrícolas; energia e combustível", afirmou o produtor.
O preço atual do conillon está em torno de R$ 156, enquanto o arábica (depende da variedade) está por volta de R$ 213. Souza Neto paga, atualmente, R$ 6 cada por saco de 80 litros.
O café tipo arábica, que representa 75,1% da produção total, está calculado em 35,3 milhões de sacas, ante 28,9 milhões do último ano. O crescimento é de 22,3%. Já o conilon ou robusta têm índices equivalentes a 11,7 milhões de sacas.
Fonte: Campo Vivo
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