quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Produção de café se mantém estável no Espírito Santo

O resultado da quarta e última estimativa da safra nacional de café, divulgado nesta quarta-feira (16) pela Conab, mostra que o Brasil fechará 2009 com o beneficiamento de 39,47 milhões de sacas de 60 quilos do produto. Esta temporada é de bienalidade negativa, quando há redução na colheita. Comparando-se aos últimos dez anos, este é o melhor resultado alcançado entre os biênios de baixa, superando em 9,4% o de 2007.

O Espírito Santo é o maior produtor brasileiro de café conilon, com uma produção de 7.602 mil sacas de café beneficiado, participando com 71,7% do volume produzido no país com a espécie conilon. A produção do café arábica totaliza 2.603 mil sacas. A soma das duas espécies totaliza 10.205 mil sacas, 25,9% da produção nacional mantendo o estado como o segundo maior produtor de café do País.

Fazendo paralelo entre a produção deste ano com a de 2008, verifica-se decréscimo muito pequeno (- 0,25%), insignificante na produção geral do Estado com redução de 10,20% para o café arábica e aumento de 3,25% para o café Conilon, mesmo em um no de efeito negativo de bienalidade em todo Brasil (ano de safra baixa).

No entanto, em função do processo acelerado de renovação e revigoramento de lavouras, a produção capixaba poderia ser muito maior. Mas, devido ao período de seca, de maio a dezembro de 2008, ocorreu considerável abortamento da florada e problema de enchimento de grãos, com reflexos na produção de 2009/2010.

Assim, a deficiência hídrica e, a insuficiente irrigação em muitas lavouras por falta de água afetou a produção, sobretudo do café conilon, comprometendo as expectativas da produção final do Estado.
Fonte: Folha Vitória

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Tecnologias buscam maior qualidade do café conilon

Uma nova fornalha de fogo indireto promete ajudar os produtores rurais na secagem de café. Ainda em teste, a fornalha possibilita secar o café conilon de excelente qualidade com apenas 24 horas e sem cheiro de fumaça, quantidade de tempo menor que o normal, que é 36 horas.

A nova fornalha já existe no mercado há 15 anos, porém foi modificada para ser econômica, secar com menos tempo e mais eficiente. A máquina está sendo testada na propriedade de Acácio Franco, a Fazenda Flutuante Córrego Seis Marias, em Marilândia. “Ela aproveita o calor e o ar que sai da chaminé e o produto não pega cheiro de fumaça, só pega o calor. Com isso, o café na hora de degustar não tem aroma de fumaça, e sim de café. Testei a fornalha na metade da safra e percebi bons resultados”, admite Acácio, completando que agora deve testar na safra toda.

O produtor diz que, comprovado os benefícios do novo equipamento, pretende continuar investindo na fornalha. “Ela vai ajudar muito os produtores. Acho que é um diferencial na bebida do café conilon, produzir um produto com menos lenha e tempo. Vai ficar melhor na hora de comercializar”, afirma.

A fornalha de fogo indireto foi testada na fazenda de Acácio por sugestão de uma empresa do setor de máquinas cafeeiras da região. Para atender as exigências do mercado, obtendo um produto de qualidade com menor tempo de secagem, atualizou a nova fornalha e implantou na propriedade do produtor para testes.

Segundo o representante da empresa na região, Adriano Rabelo, a nova fornalha também atende uma exigência dos institutos de pesquisa. “Os órgãos de pesquisa agrícola do Estado sempre pedem para os produtores procurarem secar o café em fogo indireto para que o produto tenha mais qualidade e fique sem cheiro de fumaça. Porém, isso ocupa tempo e depende do clima, já que a única maneira de secagem em fogo indireto é por meio de estufa ou terreno suspenso”, explica.

Ele comenta ainda que com a nova fornalha o café será ainda mais valorizado na hora da venda. “Com a secagem de 90% de fogo indireto da fornalha, o produto fica sem impureza e apresenta maior qualidade. Isso vai contribuir para que o preço do café fique, no mínimo, de 10 a 15% mais caro. Além disso, a nova fornalha é econômica não só no tempo, mas ela também dobra a durabilidade do secador”, revela Rabelo.

De acordo com o representante, a fornalha já tem data prevista para ser lançada no mercado. A partir do Simpósio Brasil Café Conilon, que vai acontecer em setembro, no município de São Gabriel da Palha.
Fonte: Faes (Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Indústria capixaba tem o terceiro maior crescimento do país, diz IBGE

A indústria do Espírito Santo registrou o terceiro melhor desempenho em outubro entre as 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com crescimento de 2,9% o Estado ficou atrás apenas do Paraná (8,7%) e Minas Gerais (3,0%).

Dez das regiões apresentaram crescimento nessa comparação, de outubro frente a setembro deste ano. O resultado positivo da indústria capixaba foi o quarto consecutivo na comparação mês a mês.

Já em relação a outubro do ano passado, o Espírito Santo liderou o crescimento, com 2,4%. De acordo com o IBGE o crescimento se deve ao desempenho positivo da indústria de transformação (16,7%), uma vez que o setor extrativo permanece apontando queda (-20,8%).

No primeiro segmento, onde três dos quatro ramos registraram avanço na produção, as principais influências vieram de alimentos e bebidas (47,8%) e metalurgia básica (14,9%). Por outro lado, minerais não metálicos foi a única atividade da indústria de transformação que mostrou taxa negativa (-14,0%).

No indicador acumulado para os dez primeiros meses do ano, as taxas negativas alcançaram todos os locais. Com quedas superiores aos -10,7% assinalados na média nacional, situam-se Espírito Santo (-21,1%), Minas Gerais (-17,6%), Amazonas (-11,9%), São Paulo (-11,6%) e Rio Grande do Sul (-10,9%).

Nesses locais, foram determinantes para o desempenho industrial fatores como a queda do dinamismo dos produtos tipicamente de exportação, particularmente as commodities (minérios de ferro e produtos siderúrgicos) e o forte ajuste na produção de automóveis e de máquinas e equipamentos.
Fonte: Sincafé

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Capixabas dizem não à importação de café

Foi assinado no último dia 30 um documento técnico que reforça posição contrária sobre a importação de café no Brasil. A Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes), Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Espírito Santo (OCB/ES), Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Espírito Santo (Fetaes) assinaram o documento que reforça ainda a posição conjunta favorável à construção de políticas públicas eficientes para todos os elos da cadeia produtiva do café brasileiro.

Na solenidade estiveram presentes o senador Renato Casagrande, os deputados estaduais os deputados estaduais Eustáquio Freitas, César Colnago e Athayde Armani, que é presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, além do deputado federal Lelo Coimbra, do secretário de agricultura do Espírito Santo, Ênio Bergoli e dos prefeitos de São Mateus e João Neiva, Amadeu Boroto e Luiz Carlos Peruchi, respectivamente. Cerca de 130 pessoas também participaram da reunião, dentre elas produtores e presidentes de Sindicatos Rurais.

Frente ao preço do café em queda desde março de 2009, o setor cafeeiro capixaba acredita que importar o produto sem uma regulamentação pode se tornar um risco. O Espírito Santo, que possui 16% da sua economia agrícola baseada no café, pode ser prejudicado por não conseguir concorrer com países como o Vietnã, por exemplo. Lá não existem leis de amparo trabalhista, o que influencia na queda do preço da mão de obra, e consequentemente, nos custos de produção e no valor final do produto.

Algumas políticas públicas sugeridas no documento para fomentar a produção cafeeira no Brasil são a exportação de café com maior valor agregado, a formação de estoques reguladores públicos e incentivos pactuados com o segmento industrial à estocagem, a produção de estudos aprofundados sobre toda a cadeia produtiva do café (oportunidades, riscos e legalidade) e o desenvolvimento de uma marca para o produto brasileiro industrializado.

Quilombolas no norte

Na reunião foi discutido também o lançamento, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, de uma portaria que reconhece e declara 1.219.549 hectares de terras de São Mateus como pertencentes à Comunidade Quilombola de Serraria e São Cristóvão. Os proprietários rurais da região estão revoltados com a medida e alegam que as terras indicadas são em sua maioria de pequeno porte, produtivas e estão devidamente escrituradas.

O INCRA notificou os proprietários, que tiveram suas defesas indeferidas. O órgão então aprovou um relatório de demarcação do território e irá anular as escrituras já existentes.

A questão gera insegurança e preocupação na região norte do Estado. A população rural vive em constante instabilidade, temendo a invasão de terras pelos quilombolas e a desapropriação. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo, Júlio Rocha, acredita que os interesses vão além das comunidades de Serraria e São Cristóvão. "Eles querem esses 1.219.549 hectares como ensaio para abocanharem, na mesma região, mais 14 mil hectares em São Jorge e 11 mil em Linharinho", declara.
Fonte: Sincafé

ES: instituições buscam consolidação da cadeia de café

Nesta segunda-feira (30), o Governo do Estado e as organizações que representam os cafeicultores capixabas formalizaram um documento técnico que será entregue aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Planejamento, da Fazenda e de Desenvolvimento Agrário (MDA), para reforçar a contrariedade às operações de importação de café verde pelo Brasil e posição conjunta favorável à construção de políticas públicas que sejam eficientes para todos os elos da cadeia produtiva do café brasileiro.

Intitulado 'Não à importação e sim à construção de políticas públicas eficientes para todos os elos da cadeia produtiva do café brasileiro', o documento foi assinado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Espírito Santo (OCB/ES), Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Espírito Santo (Fetaes).

As instituições que produziram o documento consideram que as ameaças que pairam sobre a cadeia produtiva do café, como rumores de importação e preços abaixo dos custos de produção, afetam fortemente o segmento da produção. Elas afirmam ainda que os ciclos de oferta mundial do café e os movimentos especulativos que se apropriam das falhas de mercado distribuem desigualmente os riscos da atividade, em desfavor dos produtores rurais, principalmente em períodos de baixa.

O presidente da Fetaes, Joel de Abreu, destacou que esse é o momento ideal de luta em prol dos produtores. "Nós temos um produto de excelente qualidade e diversas pessoas envolvidas nessa cadeia produtiva, por isso temos uma grande preocupação com os trabalhadores, já que pode voltar a ocorrer com mais intensidade o êxodo rural", avaliou.

Propostas para a consolidação da cadeia agroindustrial de café brasileiro

- Formação de estoques reguladores públicos e incentivos pactuados com o segmento industrial à estocagem, visando à regularidade de oferta e à garantia de preços mínimos compatíveis para os cafeicultores, para manter no longo prazo a posição de liderança brasileira no mercado mundial de café;

- Promoção de estudos aprofundados (ambiental, trabalhista, sanitários) sobre a oportunidade, legalidade e riscos, para todos os agentes da cadeia produtiva do café, da adoção do regime drawback, com as indicações de medidas de salvaguarda, ou até mesmo compensatórias, necessárias à abertura das importações de café verde, em especial os riscos de pragas e os desequilíbrios de custos;

- Exportação do café com maior valor agregado. Nossa condição de exportador de café verde, historicamente dominante, amplia as vulnerabilidades do setor, principalmente em períodos de escassez de oferta, que afetam mais o segmento industrial, ou de abundância de safras, que prejudicam mais os cafeicultores;

- Estabelecimento de uma nova política industrial para o café. Com foco numa plataforma para a exportação de industrializados, incentivos ao setor privado e equacionamento de gargalos de logística, especialmente no transporte e na infraestrutura portuária;

- Desenvolvimento de uma marca para o café brasileiro industrializado, com pesados investimentos, públicos e privados, em marketing no exterior, visando principalmente ao mercado de torrado e moído, para consolidar a posição do País como exportador de café de qualidade, em igualdade com outros países produtores e exportadores de café industrializado.

Promover o desenvolvimento da cadeia produtiva do setor cafeeiro é uma das metas do Novo Plano Estratégico de Desenvolvimento do Estado da Agricultura Capixaba (Novo Pedeag).

O documento está disponível na íntegra, para a consulta nos sites www.seag.es.gov.br e www.redeagricultura.com.br.
Fonte: Sincafé