O café é importante para o Brasil desde a época do império. Em 2008, representou cerca de 2,37% da pauta de exportação brasileira. Hoje, o Brasil é, ainda, o principal exportador do produto, com uma exportação média, nos últimos três anos de 28,3 milhões de sacas.
A produção brasileira de café é a maior do mundo, respondendo por mais de um terço de toda a produção mundial. Em 2009, o volume de produção foi estimado em 39 milhões de sacas. O país possui aproximadamente 6,4 bilhões de pés de café, com 2,3 milhões de hectares de área plantada - pouco mais da metade só no Estado de Minas Gerais. Como exemplo dessa dimensão produtiva, em 2008, a produção de café representou cerca de 0,5% do PIB brasileiro.
Apesar de todo histórico do produto no Brasil, as lideranças do campo afirmam que falta reconhecimento e empenho do governo e da indústria em lutar pela precificação do café tanto no mercado interno quanto externo. “Falta um pouco de vontade. É muito mais fácil e cômodo, continuar pagando café pela metade do preço do que fazer um ‘lobby’ político em NY, ou mesmo em outras bolsas, como Chicago, e mesmo na BM&F”, afirma Armando Matielli, engenheiro agrônomo e diretor do Sincal (Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões Produtoras de Café e Leite).
De acordo com Matielli, o valor pago nas exportações está entre R$ 150, R$200,00 mais barato que os países concorrentes. “Esse ano nós vamos exportar 30 milhões de sacas de café, a e vamos perder 6 bilhões de reais. Isso é um absurdo”, completa.
Além da questão dos preços, outro debate importante surgiu na cafeicultura. Matielli afirma que o Brasil tem os melhores grãos, por serem naturais, e que essa qualidade não vem sendo transmitida para o café de consumo interno. “O café que nós bebemos no mercado interno é uma lástima. A ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café) fica dizendo que nós bebemos um café de excelente qualidade, isso é um grande engodo” afirma.
De acordo com o engenheiro agrônomo, nos últimos 5 anos foram consumido, em média, 16,3 milhões de sacas de café. Desses 16 milhões, aproximadamente 7,5 milhões é café robusta. “Nós não somos contra o robusta, mas achamos que há um exagero de robusto dentro do café de consumo interno”. Matielli afirma que o robusta é mais barato, e que a indústria brasileira quer comprar barato para fazer produto barato. “Eles colocam ainda o PVA, que é o Preto, Verde e Ardido”. Armando diz que são consumidas entre 3 e 4 milhões de sacas de PVA. “Somando-se aos 7 milhões de sacas de Robusto que bebem, faltam 5 milhões dos 16 milhões consumidos. Ou seja, nós estamos bebendo apenas 5 milhões de sacas de Arábica”.
O diretor executivo da ABIC, Nathan Herszkowicz, afirma que no Brasil e no mundo a indústria utiliza, sim, vários tipos grãos para formar o produto, desde os mais caros até os mais baratos como PVA. “Os PVA são grãos que podem ser utilizados em dosagem menor, sem alterar a qualidade do produto, para que se tenha um café bom, porém com menor custo”.
De acordo com Herszkowicz, nem todo consumir que pagar caro pelo produto. “Pelo contrário, o que eles querem é um café que atenda ao paladar de cada um e que tenha um preço acessível sem perder a qualidade”.
“O PVA é um produto que deveria ter sido utilizado como matéria orgânica para voltar e adubar os nossos cafezais e não estar sendo consumido” critica o engenheiro agrônomo. ”A ABIC tem que mudar toda a retórica, tem que começar a fazer a lição de casa e começar a vender café para esse povo brasileiro, que tem que ter o direito de escolher um produto de qualidade ao invés de ficar engolindo esse produto que eles forçam chamar de café, mas que não é” rebate.
De acordo com o diretor executivo da ABIC, os grãos PVA não nascem na indústria. “Ao invés de criticar a indústria, eu acredito que o Sr. Matielli deveria unir esforços, juntamente com os cafeicultores, para que fossem produzidos menos grãos defeituosos. Esses grãos [PVA] vem do campo, provenientes que uma produção mal feita”.
Nathan Herszkowicz, diz, ainda que “Sr. Matielli deveria ajudar na produção de um melhor grão, ao invés de dizer inverdades. É lamentável que uma liderança como ele produza tanta inverdade. Tenho a impressão de que ele está desatualizado em relação ao que vem ocorrendo na indústria do café”.
Matielli critica a qualidade e afirma que “A ABIC não está conseguindo exportar porque querem vender café sem qualidade, e nenhum país consumidor do produto vai comprar o que eles querem vender”. Já a ABIC afirma que a qualidade do café vem aumento nos últimos anos, e que isso justifica, inclusive, o aumento do consumo interno e das exportações. “Hoje a ABIC monitora 390 marcas de café do Brasil todo, com provadores treinados e capacitados para qualificar o produto. O Brasil está exportando, sim, e isso ocorre porque o café brasileiro é um dos melhores do mundo. O Sr. Matielli não sabe o que afirma, ele confunde conceitos que não encontram eco dentro da sociedade” disse Nathan.
Matielli diz ainda que a importação de café Conillon é desnecessária e ofensiva. “Não precisamos importar, nós já temos café, o que precisa é mudar o que vem sendo feito e colocar café de verdade na mão desses consumidores, e não ir lá fora [exterior] comprar restos. Temos café aqui suficiente e de qualidade, mas o mercado de café está entregue ao léu, a uma carnificina financeira, à mercê de uma espoliação contra o produtor, contra a pátria e contra o trabalhador rural”. Herszkowicz afirma que o café Conillon vem para atender uma demanda do mercado interno. “O mundo usa 35% de café robusto, poderíamos chamar de nova realidade, mas isso já ocorre há 30 anos, e não é um produto que concorre com o café Arábica”, afirma.
A produção brasileira de café é a maior do mundo, respondendo por mais de um terço de toda a produção mundial. Em 2009, o volume de produção foi estimado em 39 milhões de sacas. O país possui aproximadamente 6,4 bilhões de pés de café, com 2,3 milhões de hectares de área plantada - pouco mais da metade só no Estado de Minas Gerais. Como exemplo dessa dimensão produtiva, em 2008, a produção de café representou cerca de 0,5% do PIB brasileiro.
Apesar de todo histórico do produto no Brasil, as lideranças do campo afirmam que falta reconhecimento e empenho do governo e da indústria em lutar pela precificação do café tanto no mercado interno quanto externo. “Falta um pouco de vontade. É muito mais fácil e cômodo, continuar pagando café pela metade do preço do que fazer um ‘lobby’ político em NY, ou mesmo em outras bolsas, como Chicago, e mesmo na BM&F”, afirma Armando Matielli, engenheiro agrônomo e diretor do Sincal (Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões Produtoras de Café e Leite).
De acordo com Matielli, o valor pago nas exportações está entre R$ 150, R$200,00 mais barato que os países concorrentes. “Esse ano nós vamos exportar 30 milhões de sacas de café, a e vamos perder 6 bilhões de reais. Isso é um absurdo”, completa.
Além da questão dos preços, outro debate importante surgiu na cafeicultura. Matielli afirma que o Brasil tem os melhores grãos, por serem naturais, e que essa qualidade não vem sendo transmitida para o café de consumo interno. “O café que nós bebemos no mercado interno é uma lástima. A ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café) fica dizendo que nós bebemos um café de excelente qualidade, isso é um grande engodo” afirma.
De acordo com o engenheiro agrônomo, nos últimos 5 anos foram consumido, em média, 16,3 milhões de sacas de café. Desses 16 milhões, aproximadamente 7,5 milhões é café robusta. “Nós não somos contra o robusta, mas achamos que há um exagero de robusto dentro do café de consumo interno”. Matielli afirma que o robusta é mais barato, e que a indústria brasileira quer comprar barato para fazer produto barato. “Eles colocam ainda o PVA, que é o Preto, Verde e Ardido”. Armando diz que são consumidas entre 3 e 4 milhões de sacas de PVA. “Somando-se aos 7 milhões de sacas de Robusto que bebem, faltam 5 milhões dos 16 milhões consumidos. Ou seja, nós estamos bebendo apenas 5 milhões de sacas de Arábica”.
O diretor executivo da ABIC, Nathan Herszkowicz, afirma que no Brasil e no mundo a indústria utiliza, sim, vários tipos grãos para formar o produto, desde os mais caros até os mais baratos como PVA. “Os PVA são grãos que podem ser utilizados em dosagem menor, sem alterar a qualidade do produto, para que se tenha um café bom, porém com menor custo”.
De acordo com Herszkowicz, nem todo consumir que pagar caro pelo produto. “Pelo contrário, o que eles querem é um café que atenda ao paladar de cada um e que tenha um preço acessível sem perder a qualidade”.
“O PVA é um produto que deveria ter sido utilizado como matéria orgânica para voltar e adubar os nossos cafezais e não estar sendo consumido” critica o engenheiro agrônomo. ”A ABIC tem que mudar toda a retórica, tem que começar a fazer a lição de casa e começar a vender café para esse povo brasileiro, que tem que ter o direito de escolher um produto de qualidade ao invés de ficar engolindo esse produto que eles forçam chamar de café, mas que não é” rebate.
De acordo com o diretor executivo da ABIC, os grãos PVA não nascem na indústria. “Ao invés de criticar a indústria, eu acredito que o Sr. Matielli deveria unir esforços, juntamente com os cafeicultores, para que fossem produzidos menos grãos defeituosos. Esses grãos [PVA] vem do campo, provenientes que uma produção mal feita”.
Nathan Herszkowicz, diz, ainda que “Sr. Matielli deveria ajudar na produção de um melhor grão, ao invés de dizer inverdades. É lamentável que uma liderança como ele produza tanta inverdade. Tenho a impressão de que ele está desatualizado em relação ao que vem ocorrendo na indústria do café”.
Matielli critica a qualidade e afirma que “A ABIC não está conseguindo exportar porque querem vender café sem qualidade, e nenhum país consumidor do produto vai comprar o que eles querem vender”. Já a ABIC afirma que a qualidade do café vem aumento nos últimos anos, e que isso justifica, inclusive, o aumento do consumo interno e das exportações. “Hoje a ABIC monitora 390 marcas de café do Brasil todo, com provadores treinados e capacitados para qualificar o produto. O Brasil está exportando, sim, e isso ocorre porque o café brasileiro é um dos melhores do mundo. O Sr. Matielli não sabe o que afirma, ele confunde conceitos que não encontram eco dentro da sociedade” disse Nathan.
Matielli diz ainda que a importação de café Conillon é desnecessária e ofensiva. “Não precisamos importar, nós já temos café, o que precisa é mudar o que vem sendo feito e colocar café de verdade na mão desses consumidores, e não ir lá fora [exterior] comprar restos. Temos café aqui suficiente e de qualidade, mas o mercado de café está entregue ao léu, a uma carnificina financeira, à mercê de uma espoliação contra o produtor, contra a pátria e contra o trabalhador rural”. Herszkowicz afirma que o café Conillon vem para atender uma demanda do mercado interno. “O mundo usa 35% de café robusto, poderíamos chamar de nova realidade, mas isso já ocorre há 30 anos, e não é um produto que concorre com o café Arábica”, afirma.
Confira a entrevista do Engº Agrônomo, Armando Matielli: Entrevista Café - 03.05.2010
Fonte: Notícias Agrícolas
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