A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) não pode tratar o agronegócio brasileiro do mesmo modo que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, sob risco de o Brasil perder oportunidades no mercado internacional e ficar refém de gargalos logísticos. A cobrança foi feita pelo presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho da Silva, que reclama de mais atenção do Governo Federal ao setor.
“Nós temos que colocar a agricultura num patamar político semelhante ao patamar econômico que ela tem. Somos responsáveis por um terço do Produto Interno Bruto (PIB), por um terço dos empregos gerados no Brasil e não podemos perder tempo com os mesmos problemas de sempre. Ao longo do Governo Lula, praticamente a gente não teve avanços em nossas reivindicações.”
As reclamações do presidente da SRB são as mesmas de líderes do agronegócio e de produtores em geral: o fim das estradas esburacadas, maior investimento em ferrovias e rodovias, fortalecimento dos portos e um cuidado especial com a mão de obra. Ele citou o problema já mostrado pelo Porto Gente e que envolve a falta de portuários para lidar com açúcar no Porto de Santos.
“O presidente Lula deixou de defender o campo, não nos deu atenção. Parlamento é apenas um pedaço da solução. Não adianta nada, e eu sempre digo isso, termos 50 ou 100 deputados da bancada ruralista. Ampliamos, isso é verdade, mas faz-se necessário ter a aprovação da sociedade. Se o governo não valorizar politicamente a agricultura do País, vamos continuar com esses problemas a vida inteira.”
Cesário Ramalho pede o fim das políticas baseadas nos resultados de curto prazo. Ele espera que Dilma Rousseff pense no agronegócio com planejamentos de longo prazo e que as questões políticas fiquem de lado. Ao menos na formação da equipe ministerial, a futura presidente já declarou se favorável à nomeação de ministros técnicos, que saibam lidar com os problemas do dia a dia.
Fonte: Porto Gente
Nenhum comentário:
Postar um comentário