Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa Rondônia aprovou este ano uma série de projetos voltados à cafeicultura no Estado, que envolvem melhoramento genético, doenças do cafeeiro, análises da cadeia agroindustrial e ações de comunicação e transferência de tecnologia. Os projetos são financiados pelo Consórcio Pesquisa Café, do qual participam instituições de pesquisa dos 12 Estados produtores no país.
Uma das frentes de pesquisa tem como objetivo o desenvolvimento de cultivares de café adaptadas às condições do Estado de Rondônia, o quarto maior produtor de café do Brasil. A meta dos pesquisadores é lançar ao menos duas novas cultivares de café Conilon até 2014, explica o pesquisador André Rostand Ramalho, da Embrapa Rondônia. As características desejadas são alta produtividade, maturação uniforme dos grãos, qualidade de bebida e tolerância à ferrugem e aos nematóides.
Também serão estudados cafeeiros da variedade Robusta, que, assim como os Conilon, são da espécie Coffea canephora. Uma parte do trabalho tem como objetivo selecionar 15 clones de alta produtividade. Em outra atividade, os pesquisadores vão cruzar cafeeiros Robusta com Conilon para tentar aliar qualidades de ambas as variedades, como resistência a fungos, qualidade da bebida e tamanho de grãos. Menos adaptados às condições do Estado, os cafeeiros da espécie Coffea arabica também serão estudados. O desafio é selecionar plantas com alta produtividade mesmo em condições de clima e altitude pouco favoráveis.
Doenças do cafeeiro
Além de investir em melhoramento genético, os pesquisadores vão se dedicar ao estudo de fungos e nematóides. Será feito um levantamento das raças predominantes em Rondônia do fungo causador da ferrugem-do-cafeeiro. Os pesquisadores querem ainda entender como se dá a disseminação do fungo e subsidiar o trabalho de melhoramento, que poderá ser orientado para o desenvolvimento de cultivares tolerantes ou resistentes às raças encontradas.
Nematóides também são ameaças à cultura do café e ganham atenção especial dos cientistas, que querem mapear quais espécies ocorrem no Estado. De acordo com o pesquisador José Roberto Vieira Junior, o avanço do conhecimento sobre os nematóides pode ajudar na fiscalização de viveiros para impedir que mudas contaminadas cheguem às áreas de produção. Uma vez no solo, não existem medidas viáveis para eliminar por completo os nematóides, por isso é preciso cuidado para não contaminar novas áreas.
Cadeia agroindustrial e comunicação
Outro projeto da Embrapa Rondônia que também é financiado pelo Consórcio Pesquisa Café tem como meta a elaboração de um diagnóstico da cadeia agroindustrial do café em Rondônia. De acordo com o administrador Calixto Rosa Neto, chefe adjunto de administração da Embrapa Rondônia e um dos idealizadores do projeto, o estudo pretende identificar e ordenar por prioridades os problemas e sugerir eventuais soluções para a cafeicultura no Estado.
Problemas e soluções serão pauta para o Sistema de Informação do Café em Rondônia, um projeto que prevê um conjunto de ações em comunicação. Será elaborado o sistema de produção multimídia, um portal na internet com textos, fotos, ilustrações, vídeos e áudios. A ideia é retratar todas as etapas de cultivo do café, desde o preparo do solo até a pós-colheita, sem deixar de lado tratos culturais, como poda e desbrota. O projeto prevê ainda a edição de um programa de rádio, a escolha de produtores modelo e a realização de capacitações para técnicos extensionistas e produtores.
Também fazem parte dos projetos a Embrapa Café, Embrapa Acre, Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Universidade Federal de Viçosa (UFV). A Embrapa é vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Mais notícias e publicações sobre cafeicultura em http://www.cpafro.embrapa.br/portal/tag/104/
Fonte: Revista Cafeicultura
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