quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Café se valoriza no Brasil e oscila em NY

No mercado interno, há previsão de colheita de melhor qualidade na próxima safra; no internacional, oferta de cafés da América Central pode puxar cotações para baixo

As cotações do café arábia no mercado brasileiro reagiram na segunda quinzena de outubro, mas produtores estão atentos ao clima. De acordo com o Cepea, a expectativa en todas as regiões, apesar do atraso das chuvas, é de floradas mais uniformes, com até duas boas florações, devido ao longo período de estresse hídrico. Com isso, os grãos podem ter melhor maturação na próxima temporada.

Na Bolsa de Nova York, os preços do café registraram volatilidade. O mercado segue influenciado pelo bom andamento das lavouras no Brasil. Há ainda possibilidade de os preços interna cionais caírem, diante do maior fluxo de cafés da América Central.

As exportações brasileiras em setembro somaram 3,2 milhões de sacas e uma receita de US$ 580,8 milhões. Os dados, do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), apontam alta de 19,7% em relação ao volume embarcado no mesmo mês em 2009 (2,7 milhões) e de 48,7% quanto à receita de setembro do ano passado, de US$ 390,7 milhões. O arábica responde por 86% das vendas externas do país, o solúvel por 10% e o robusta 4%. No acumulado dos últimos 12 meses, o Brasil exportou 30,8 milhões de sacas, obtendo receita de US$ 4,9 bilhões. A Europa importou 54% do produto brasileiro exportado de janeiro a setembro; a América do Norte 22%; a Ásia 17%; e a América do Sul 5%.

Próxima safra tem cenário de alta

Menor volume de cana disponível para moagem no Brasil e demanda firme justificam estimativa para açúcar; etanol também registra cotações maiores

Os preços do açúcar seguiram firmes no mercado doméstico e internacional. Entre 6 e 13 de outubro, o indicador do açúcar cristal Cepea/Esalq, estado de São Paulo, teve alta de 3,2%, fechando a R$ 71,50 por saca de 50 quilos. Segundo o Cepea, a oferta relativamente baixa para o mercado físico, a possibilidade de a safra brasileira e de outros países não alcançarem o estimado, a demanda firme e a menor oferta definem o patamar de preços no começo da safra 2010/2011.

A ocorrência de chuvas em boa parte do centro-sul do país deve favorecer a produção no próximo ciclo. Os preços domésticos seguem sob influência do mercado internacional, principalmente da China. Quanto ao etanol, mantém-se o cenário de alta, mas o número de negócios continua reduzido, devido ao pouco interesse das distribuidoras. Entre 11 e 15 de outubro, o indicador semanal Cepea/Esalq do etanol anidro foi de R$ 1,18 por litro (sem impostos), alta de 1,09% em relação à semana anterior. Para o hidratado, a média foi de R$ 0,98 por litro.

Para o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, apesar das chuvas nas últimas semanas, "não haverá tempo hábil para recuperar a produtividade nesta safra, e o volume de cana disponível para a moagem continuará abaixo do projetado no início do ano," afirmou.
Fonte: Globo Rural

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