terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cafeicultura do Paraná pede socorro

O custo de produção do café no Paraná é um dos mais altos do Brasil e o preço de venda um dos mais baixos. Aliada à falta da mão de obra e à dificuldade de crédito, a situação vem se agravando a cada ano e colocando a cafeicultura em risco no Estado. Para buscar soluções, representantes de diversos órgãos e entidades estão se mobilizando.

''O objetivo é estudar a reestruturação ou reconversão da cafeicultura no Paraná Com o modelo atual, o produtor dificilmente consegue lucro'', afirma Breno Pereira Mesquita, presidente da Comissão Nacional de Café da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) Segundo ele, o custo de produção no Paraná é 25% superior ao do Sul de Minas Gerais.

Ele esteve em Londrina nesta semana participando de uma reunião, na sede do Sindicato Rural Patronal de Londrina, com representantes da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Emater, Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Secretaria de Estado da Agricultura (Seab/Deral) e sindicatos rurais da região.

A discussão passa por quatro pontos básicos: gestão, crédito, endividamento e modelo tecnológico Segundo Walter Ferreira Lima, presidente da Comissão Estadual de Café da Faep, os pontos levantados na discussão técnica devem ser levados, em dezembro, para Brasília e para a comissão de transição do governo do Estado.

A meta é obter recursos para a reestruturação da cafeicultura no Estado para investir, entre outro pontos, na mecanização O apoio do poder público é fundamental, já que a maior parte da produção está nas mãos de pequenos produtores, que não têm recursos para investir em máquinas e adaptação das lavouras ''Hoje a mecanização é muito importante, pois diminui o custo de produção'', diz Walter Lima, sem citar valores.

Segundo Paulo Franzini, responsável pela área de café da Seab/Deral, a preocupação do governo do Paraná é estancar a erradicação do café no Estado E a mecanização é um dos caminhos, já que a mão de obra é cara para o produtor e escassa ''É possível mecanizar lavouras adensadas e, hoje, sabemos que já existem empresas que produzem máquinas colheitadeiras adaptadas ao pequeno produtor'', observa Franzini.

Outros pontos observados por Franzini são o aumento de produtividade e o investimento em uma bebida de qualidade para que o produtor consiga maior renda ''Na safra 2010 o Paraná alcançou produtividade média de 28 sacas por hectare Um ponto de equilíbrio seria em torno de 35 sacas/ha'', destaca.

As dificuldades enfrentadas pelos produtores aliadas a problemas climáticos provocaram redução da área plantada de café no Estado nos últimos anos.
Fonte: Jornal Folha de Londrina

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