O Vietnã colhe neste ano aquela que tem tudo para ser a segunda maior safra de café de sua história. Estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam para uma produção de 18,7 milhões de sacas, mas exportadores vietnamitas já falam em volumes cada vez mais próximos de 19 milhões de sacas nesta temporada 2010/11.
"Os preços estão influenciando a produção doméstica. Na safra 2005/06, a produção foi bem menor, ao redor de 15 milhões de sacas", afirma Jonathan Clark, diretor-geral da Dakman, exportadora de café do Vietnã. A maior colheita no país do Sudeste Asiático - segundo maior produtor e exportador do mundo, depois do Brasil - foi no ciclo 2006/07, quando foram produzidas 19,5 milhões de sacas de café.
Além do aumento da área plantada nos últimos anos - hoje são mais de 550 mil hectares -, os produtores do Vietnã também estão investindo na renovação dos cafezais. De acordo com Clark, os agricultores estão fazendo a enxertia de mudas novas nos troncos dos pés antigos para tentarem ter o mínimo de queda de produtividade nas lavouras.
Apesar de os preços internacionais estarem puxando a produção vietnamita, o baixo custo da mão-de-obra, até então um vantagem no país, já não está mais tão competitivo. "O preço da mão-de-obra tem subido rapidamente, ainda que a partir de níveis muito baixos. Esse aumento se dá, em média, entre 10% e 20% ao ano", diz Clark.
Um dos motivos que explicam o aumento do peso da mão-de-obra nos custos de produção do café vietnamita é o aumento da taxa de urbanização nos últimos anos. A chegada de grandes empresas ao país nos últimos anos transferiu os trabalhadores do campo para os grandes centros. Em dez anos, a população rural do Vietnã cresceu apenas 3% - pouco mais de 1,6 milhão de pessoas -, enquanto a população urbana deu um salto de 36% no mesmo período.
Fonte: Valor Econômico
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