Estima-se que o Brasil vai produzir cerca de 3 milhões a 4 milhões de sacas de café CD
O cafeicultor Luiz Hafers, um dos pioneiros do plantio adensado, está otimista com a qualidade da safra deste ano. Ele deve colher cerca de 4 mil sacas de 60 kg de café em uma área de 150 hectares, em sua fazenda no município de Ribeirão Claro, na região conhecida como Norte Pioneiro do Paraná. "Tem chovido pouco desde o início dos trabalhos, em abril, ao contrário do ano passado". A qualidade dos grãos será melhor que a média e o volume deve ser maior do que em 2009", diz ele.
Hafers estima que, até o momento, 40% do total já foi colhido na sua propriedade, o que não significa que esteja pronto para ser vendido, pois no processo de pós-colheita o café leva perto de 30 dias para ficar pronto. O cafeicultor comenta que a contratação de mão-de-obra para colheita é um problema crescente, por causa da concorrência com outras culturas. A carência de bons colhedores se reflete na queda do ritmo dos trabalhos. Os bons profissionais dão conta de 4 a 5 alqueires por dia de café, mas trabalhador com esse perfil é escasso.
Ele diz, ainda, que entre 10% e 15% da safra deste ano será de café cereja descascado (CD), cujo preparo implica despolpamento e secagem do grão com a mucilagem, resultando em produto de ótima qualidade. De acordo com Hafers, o índice só não será maior porque 'perdeu o momento 'de colheita, ou seja, os grãos passaram rapidamente da condição de cereja para passa.
Estima-se que o Brasil vai produzir cerca de 3 milhões a 4 milhões de sacas de café CD, volume equivalente ao da Guatemala. Hafers observa que o café CD "deixou de ser acidente para se tornar um objetivo" graças, em grande parte, a uma nova geração de classificadores, que divulgou a qualidade da bebida. O cafeicultor ressalta que a maior rede de cafeterias do mundo, a Starbucks, já reconhece o CD brasileiro, adquirindo maiores volumes a cada ano.
Quanto ao mercado, Hafers considera que a alta dos preços "apenas alivia" o estado de penúria dos produtores. "Depois de mais de 10 anos de péssimas cotações, temos uma grande safra, com melhores preços", afirma. O cafeicultor pondera, no entanto, que o quadro atual serve apenas "para pagar hoje a conta do adubo comprado em 2007". "O produtor não deve se precipitar", acrescenta.
Hafers estima que as cotações do café podem subir ainda mais. "Quando isso ocorrer, o mundo será inundado por café robusta de novos plantios na Ásia", prevê. Segundo ele, será mais uma confirmação da falta de política anti-cíclica que tanto defende. "A alta volatilidade do mercado não interessa ao produtor, só ao especulador", diz. "Não temos política para o café, a não ser a infindável discussão sobre pagamento de dívida. Com a melhora dos preços, os produtores pelo menos ficarão menos expostos à influência de lideranças populistas", comenta.
O economista José Antonio Gervásio, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), em Jacarezinho, informa que o Norte Pioneiro corresponde a 23 municípios e 30% da produção de café paranaense. "A qualidade da safra este ano está boa; os grãos encheram bem", reforça.
Gervásio explica que o Norte Pioneiro é uma das poucas regiões do Estado onde a área de plantio com café está praticamente estabilizada, já que a topografia acidentada impede a troca por outras culturas. "Em outras regiões produtoras, com relevo plano, o café está sendo substituído por culturas mais remuneradoras, principalmente nas grandes propriedades em que se pode utilizar a mecanização", explica o economista.
Ele acrescenta, ainda, que o café tem ido bem em pequenas propriedades que utilizam mão-de-obra familiar. Gervásio recorda que, durante a colheita do ano passado, a diária do trabalhador estava em cerca de R$ 25,00. Este ano, o empregado cobra R$ 35,00 a diária. "A mão-de-obra está cara e escassa", avalia. Ele considera que, mesmo com a alta dos preços internacionais do café, o produtor não está satisfeito, pois os últimos 10 anos foram de 'vacas magras'. Segundo o economista, a cotação do café deveria ser de R$ 500 a saca em comparação com atuais R$ 300, permitindo melhor remuneração ao cafeicultor.
Fonte: Agência Estado
O cafeicultor Luiz Hafers, um dos pioneiros do plantio adensado, está otimista com a qualidade da safra deste ano. Ele deve colher cerca de 4 mil sacas de 60 kg de café em uma área de 150 hectares, em sua fazenda no município de Ribeirão Claro, na região conhecida como Norte Pioneiro do Paraná. "Tem chovido pouco desde o início dos trabalhos, em abril, ao contrário do ano passado". A qualidade dos grãos será melhor que a média e o volume deve ser maior do que em 2009", diz ele.
Hafers estima que, até o momento, 40% do total já foi colhido na sua propriedade, o que não significa que esteja pronto para ser vendido, pois no processo de pós-colheita o café leva perto de 30 dias para ficar pronto. O cafeicultor comenta que a contratação de mão-de-obra para colheita é um problema crescente, por causa da concorrência com outras culturas. A carência de bons colhedores se reflete na queda do ritmo dos trabalhos. Os bons profissionais dão conta de 4 a 5 alqueires por dia de café, mas trabalhador com esse perfil é escasso.
Ele diz, ainda, que entre 10% e 15% da safra deste ano será de café cereja descascado (CD), cujo preparo implica despolpamento e secagem do grão com a mucilagem, resultando em produto de ótima qualidade. De acordo com Hafers, o índice só não será maior porque 'perdeu o momento 'de colheita, ou seja, os grãos passaram rapidamente da condição de cereja para passa.
Estima-se que o Brasil vai produzir cerca de 3 milhões a 4 milhões de sacas de café CD, volume equivalente ao da Guatemala. Hafers observa que o café CD "deixou de ser acidente para se tornar um objetivo" graças, em grande parte, a uma nova geração de classificadores, que divulgou a qualidade da bebida. O cafeicultor ressalta que a maior rede de cafeterias do mundo, a Starbucks, já reconhece o CD brasileiro, adquirindo maiores volumes a cada ano.
Quanto ao mercado, Hafers considera que a alta dos preços "apenas alivia" o estado de penúria dos produtores. "Depois de mais de 10 anos de péssimas cotações, temos uma grande safra, com melhores preços", afirma. O cafeicultor pondera, no entanto, que o quadro atual serve apenas "para pagar hoje a conta do adubo comprado em 2007". "O produtor não deve se precipitar", acrescenta.
Hafers estima que as cotações do café podem subir ainda mais. "Quando isso ocorrer, o mundo será inundado por café robusta de novos plantios na Ásia", prevê. Segundo ele, será mais uma confirmação da falta de política anti-cíclica que tanto defende. "A alta volatilidade do mercado não interessa ao produtor, só ao especulador", diz. "Não temos política para o café, a não ser a infindável discussão sobre pagamento de dívida. Com a melhora dos preços, os produtores pelo menos ficarão menos expostos à influência de lideranças populistas", comenta.
O economista José Antonio Gervásio, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), em Jacarezinho, informa que o Norte Pioneiro corresponde a 23 municípios e 30% da produção de café paranaense. "A qualidade da safra este ano está boa; os grãos encheram bem", reforça.
Gervásio explica que o Norte Pioneiro é uma das poucas regiões do Estado onde a área de plantio com café está praticamente estabilizada, já que a topografia acidentada impede a troca por outras culturas. "Em outras regiões produtoras, com relevo plano, o café está sendo substituído por culturas mais remuneradoras, principalmente nas grandes propriedades em que se pode utilizar a mecanização", explica o economista.
Ele acrescenta, ainda, que o café tem ido bem em pequenas propriedades que utilizam mão-de-obra familiar. Gervásio recorda que, durante a colheita do ano passado, a diária do trabalhador estava em cerca de R$ 25,00. Este ano, o empregado cobra R$ 35,00 a diária. "A mão-de-obra está cara e escassa", avalia. Ele considera que, mesmo com a alta dos preços internacionais do café, o produtor não está satisfeito, pois os últimos 10 anos foram de 'vacas magras'. Segundo o economista, a cotação do café deveria ser de R$ 500 a saca em comparação com atuais R$ 300, permitindo melhor remuneração ao cafeicultor.
Fonte: Agência Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário