Pesquisadores brasileiros estimam que em 12 anos o país já poderá produzir café da nova planta.
Ao analisar cada uma das 2500 plantas preservadas no Centro de café Alcides Carvalho, Bernadete Silvarolla, engenheira agrônoma e pesquisadora do Instituto Agrônomo de Campinas (IAC), descobriu uma muda, natural da Etiópia (África), com apenas 0,1% de cafeína. O valor corresponde a 10 vezes menos que o produto cultivado atualmente para consumo.
Antes dessa descoberta, a equipe de pesquisadores do IAC já havia feito testes com uma muda de café da família Arábica – com quase nenhuma concentração de cafeína – cruzando-a com o cultivar de outras famílias com teor de cafeína reduzido. O resultado, porém, era uma bebida pouco palatável.
Em entrevista à revista Inovação em pauta (n° 9), publicada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Bernadete conta que o desafio agora é passar a mutação da planta africana para o cultivar brasileiro, de alta produtividade e já melhorado geneticamente. De acordo com ela, a planta silvestre não tem produtividade.
A pesquisadora explica também que a primeira geração do cafeeiro hibrido, ou seja, fruto do casamento da espécie descoberta com o cultivar comercial brasileiro, já deu frutos e mostrou que o melhoramento genético será difícil. "O gene que permite essa baixa dose de cafeína é bem recessivo, teremos que fazer diversos cruzamentos para chegarmos a uma linha inteira com a mutação. São os segredos da biologia", diz.
Mas, de acordo com a engenheira, isso demora, já que, segundo ela, do plantio da semente do café aos primeiros frutos, são quatro anos. Ela explica que seriam necessárias, pelo menos, mais três ou quatro gerações da planta para se obter o resultado esperado. "Podemos atingir nosso objetivo em 12 anos se conseguirmos manter as pesquisas. Caso contrário, coloque mais uns 40 anos aí. Vamos continuar correndo atrás de recursos", afirma.
De acordo com a matéria, o Brasil é responsável por 30% da produção de café no mundo. É também o maior exportador do produto, além de ser o segundo maior consumidor – perdendo apenas para os Estados Unidos. Entretanto, quando se trata de café descafeinado, 10% da produção brasileira vão para a exportação, ficando menos de 1% para consumo interno.
Para o pesquisador científico do IAC, Sérgio Parreiras, não só esta pesquisa precisa continuar, como também os investimentos em assistência técnica. "Muitas descobertas morrem nos artigos científicos e não chegam à lavoura. É preciso repassar a informação para o agricultor e isso não se faz", diz Sérgio.
Fonte: Revista Cafeicultura
Ao analisar cada uma das 2500 plantas preservadas no Centro de café Alcides Carvalho, Bernadete Silvarolla, engenheira agrônoma e pesquisadora do Instituto Agrônomo de Campinas (IAC), descobriu uma muda, natural da Etiópia (África), com apenas 0,1% de cafeína. O valor corresponde a 10 vezes menos que o produto cultivado atualmente para consumo.
Antes dessa descoberta, a equipe de pesquisadores do IAC já havia feito testes com uma muda de café da família Arábica – com quase nenhuma concentração de cafeína – cruzando-a com o cultivar de outras famílias com teor de cafeína reduzido. O resultado, porém, era uma bebida pouco palatável.
Em entrevista à revista Inovação em pauta (n° 9), publicada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Bernadete conta que o desafio agora é passar a mutação da planta africana para o cultivar brasileiro, de alta produtividade e já melhorado geneticamente. De acordo com ela, a planta silvestre não tem produtividade.
A pesquisadora explica também que a primeira geração do cafeeiro hibrido, ou seja, fruto do casamento da espécie descoberta com o cultivar comercial brasileiro, já deu frutos e mostrou que o melhoramento genético será difícil. "O gene que permite essa baixa dose de cafeína é bem recessivo, teremos que fazer diversos cruzamentos para chegarmos a uma linha inteira com a mutação. São os segredos da biologia", diz.
Mas, de acordo com a engenheira, isso demora, já que, segundo ela, do plantio da semente do café aos primeiros frutos, são quatro anos. Ela explica que seriam necessárias, pelo menos, mais três ou quatro gerações da planta para se obter o resultado esperado. "Podemos atingir nosso objetivo em 12 anos se conseguirmos manter as pesquisas. Caso contrário, coloque mais uns 40 anos aí. Vamos continuar correndo atrás de recursos", afirma.
De acordo com a matéria, o Brasil é responsável por 30% da produção de café no mundo. É também o maior exportador do produto, além de ser o segundo maior consumidor – perdendo apenas para os Estados Unidos. Entretanto, quando se trata de café descafeinado, 10% da produção brasileira vão para a exportação, ficando menos de 1% para consumo interno.
Para o pesquisador científico do IAC, Sérgio Parreiras, não só esta pesquisa precisa continuar, como também os investimentos em assistência técnica. "Muitas descobertas morrem nos artigos científicos e não chegam à lavoura. É preciso repassar a informação para o agricultor e isso não se faz", diz Sérgio.
Fonte: Revista Cafeicultura
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