A indústria do café não para de crescer. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o consumo do produto aumentou 6,6% nos últimos sete anos. No Espírito Santo, esse índice foi ainda maior, de 10%. Segundo Egídio Malanquini, presidente do Sindicato da Indústria de Torrefação e Moagem de Café do Espírito Santo (Sincafé), o papel da indústria capixaba é de fundamental importância na consolidação da imagem do café nos cenários nacional e internacional. São 35 indústrias e mais as pequenas empresas que trabalham artesanalmente, com exportações, principalmente, para Argentina, Alemanha, Eslovênia, Estados Unidos e países do Mediterrâneo.
"Somos o segundo maior produtor de café do Brasil (arábica e conilon) e o primeiro na produção de conilon, com 73% da produção nacional. Neste ano, devemos alcançar 3 milhões de sacas de arábica e 11 milhões de conilon, empregando cerca de 360 mil capixabas e faturamento em torno de R$ 100 milhões", diz Malanquini.
Uma das principais empresas no Estado é a Realcafé Solúvel do Brasil, do Grupo Tristão, que, inaugurada há 39 anos, em Viana, exporta 80% da produção para 40 países. "Podemos dizer que o Espírito Santo é um Estado que, literalmente, respira café. É a única região do mundo em que se produzem todas as variedades do grão e suas formas de industrialização. Cem por cento dos municípios capixabas produzem café, com a atividade representando cerca de 40% do PIB agrícola do Estado", diz Sérgio Tristão, presidente do grupo e da Realcafé. "O café também sofre, como os demais setores da economia, com a excessiva carga tributária e políticas equivocadas que muitas vezes impedem seu desenvolvimento."
A empresa sentiu em 2009 os efeitos da crise econômica mundial e apresentou ligeira retração no faturamento, que foi de R$ 112 milhões, dos quais 67% em exportações e 33% no mercado interno.
Malanquini, do Sincafé, comenta as dificuldades do momento. "Isso acontece porque a produção está acima da demanda. Acredito que os governos federal e estadual deveriam investir no aumento do consumo. Não podemos ser o maior produtor do mundo e não ser o maior consumidor. Hoje, consumimos 19 milhões de sacas por ano, enquanto os Estados Unidos consomem 23 milhões de sacas."
O excesso de produção, com a consequente queda de preços, que incentivou, na década de 1960, o início de outra atividade na indústria de alimentos capixaba - a indústria frigorífica. Uma das pioneiras no Estado é o Frisa Frigorífico Rio Doce, fundado em Colatina, em 1968, por Arthur Arpini Coutinho, presidente em final de mandato do Sindicato da Indústria do Frio no Estado do Espírito Santo (Sindifrio). Segundo ele, no setor há várias empresas pequenas. "Existem quatro empresas na área bovina e duas na área avícola de grande porte."
Além de Colatina, o Frisa tem unidades de abate em Nanuque (MG) e Teixeira de Freitas (BA), com capacidade de abate de 1.500 cabeças de gado por dia. "Exportamos para qualquer lugar do mundo onde o Brasil tenha acordo sanitário", diz Coutinho. A modernização da área industrial permite a criação de novos produtos, inclusive cortes especiais, adequados à tradição culinária, cultural e religiosa de cada país, como, por exemplo, o kosher.
O setor sentiu os reflexos da crise mundial. "O Frisa teve lucro próximo de R$ 400 milhões em 2009. Esperamos fechar um 2010 melhor. "O presidente do Sindifrio-ES critica a posição do governo federal de incentivar a centralização da atividade pecuária na região Centro-Oeste. "O Espírito Santo tem apenas 1% do rebanho bovino nacional. É preciso descentralizar o setor, dar mais incentivo ao seu desenvolvimento em outras áreas."
A avicultura capixaba tem uma participação pequena na produção nacional, diz Elder Marim, diretor-superintendente da Proteinorte Alimentos. "Hoje, temos apenas 1% dos 400 milhões de frangos alojados em nível nacional. "Segundo ele, a avicultura gera em torno de 25 mil empregos diretos e indiretos e o faturamento de cerca de R$ 500 milhões em 2009. Foram produzidas 9,6 mil toneladas por mês de carne de frango e a demanda é de 11,6 mil toneladas por mês. "Ainda não conseguimos suprir a demanda, mas registramos crescimento de 50% em nossa capacidade de abate nos dois últimos anos", diz Marim. Fundada em 1976, em Linhares, a Proteinorte ampliou em 2009 sua capacidade de abate de 25 mil para 80 mil aves por dia e planeja dobrar o número no curto prazo. Faturou R$ 52 milhões em 2009 e prevê R$ 80 milhões neste ano.
Outras duas companhias têm papel importante no setor de alimentos com origem no Espírito Santo. Uma é a Chocolates Garoto, que iniciou suas atividades em 1929 e a produção de chocolates em 1934, e foi comprada pela gigante Nestlé em 2002 por US$ 250 milhões. Dois anos depois, o Conselho Administrativo de Defesa Económica (Cade) determinou que a operação fosse desfeita, por entender que comprometia a concorrência no mercado de chocolates e, após idas e vindas, não há uma decisão final sobre o caso.
A Buaiz Alimentos, que faz parte de um grupo de 12 empresas, inaugurou em fevereiro uma nova fábrica de café. Adquiriu uma unidade moageira para o Moinho Vitória e criou uma nova empresa, a Distribuidora Vitória, com duas unidades, para agilizar a distribuição de produtos próprios e de outras marcas. Com a proximidade da Copa do Mundo, em junho, o consumo de bebidas (refrigerante, cerveja e água mineral) deve aumentar cerca de 15% em relação a igual período de 2009, superior à média nacional, que terá aumento de 5%, conforme dados da consultoria britânica Bernstein Research. Para Roberto Kautslky, presidente do Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Estado do Espírito Santo (Sindibebidas), "o período pré-eleitoral e o pós-crise influenciam o aumento do consumo".
Cerca de 320 das 400 empresas capixabas do setor de bebidas, são produtoras de cachaça. "Os preços variam de R$ 2 a R$ 40 a garrafa, o que faz com que o mercado movimente mais de R$ 30 milhões ao ano e seja responsável por 5 mil empregos diretos", afirma Paulo Roberto Soares, presidente da Associação Capixaba dos Produtores de Cachaça de Qualidade. O setor de água mineral é constituído de pequenas empresas. A produção capixaba é de cerca de 80 milhões de litros de água por ano, correspondendo a 2% da produção nacional, de 4,1 bilhões de litros.
Fonte: Valor Econômico
"Somos o segundo maior produtor de café do Brasil (arábica e conilon) e o primeiro na produção de conilon, com 73% da produção nacional. Neste ano, devemos alcançar 3 milhões de sacas de arábica e 11 milhões de conilon, empregando cerca de 360 mil capixabas e faturamento em torno de R$ 100 milhões", diz Malanquini.
Uma das principais empresas no Estado é a Realcafé Solúvel do Brasil, do Grupo Tristão, que, inaugurada há 39 anos, em Viana, exporta 80% da produção para 40 países. "Podemos dizer que o Espírito Santo é um Estado que, literalmente, respira café. É a única região do mundo em que se produzem todas as variedades do grão e suas formas de industrialização. Cem por cento dos municípios capixabas produzem café, com a atividade representando cerca de 40% do PIB agrícola do Estado", diz Sérgio Tristão, presidente do grupo e da Realcafé. "O café também sofre, como os demais setores da economia, com a excessiva carga tributária e políticas equivocadas que muitas vezes impedem seu desenvolvimento."
A empresa sentiu em 2009 os efeitos da crise econômica mundial e apresentou ligeira retração no faturamento, que foi de R$ 112 milhões, dos quais 67% em exportações e 33% no mercado interno.
Malanquini, do Sincafé, comenta as dificuldades do momento. "Isso acontece porque a produção está acima da demanda. Acredito que os governos federal e estadual deveriam investir no aumento do consumo. Não podemos ser o maior produtor do mundo e não ser o maior consumidor. Hoje, consumimos 19 milhões de sacas por ano, enquanto os Estados Unidos consomem 23 milhões de sacas."
O excesso de produção, com a consequente queda de preços, que incentivou, na década de 1960, o início de outra atividade na indústria de alimentos capixaba - a indústria frigorífica. Uma das pioneiras no Estado é o Frisa Frigorífico Rio Doce, fundado em Colatina, em 1968, por Arthur Arpini Coutinho, presidente em final de mandato do Sindicato da Indústria do Frio no Estado do Espírito Santo (Sindifrio). Segundo ele, no setor há várias empresas pequenas. "Existem quatro empresas na área bovina e duas na área avícola de grande porte."
Além de Colatina, o Frisa tem unidades de abate em Nanuque (MG) e Teixeira de Freitas (BA), com capacidade de abate de 1.500 cabeças de gado por dia. "Exportamos para qualquer lugar do mundo onde o Brasil tenha acordo sanitário", diz Coutinho. A modernização da área industrial permite a criação de novos produtos, inclusive cortes especiais, adequados à tradição culinária, cultural e religiosa de cada país, como, por exemplo, o kosher.
O setor sentiu os reflexos da crise mundial. "O Frisa teve lucro próximo de R$ 400 milhões em 2009. Esperamos fechar um 2010 melhor. "O presidente do Sindifrio-ES critica a posição do governo federal de incentivar a centralização da atividade pecuária na região Centro-Oeste. "O Espírito Santo tem apenas 1% do rebanho bovino nacional. É preciso descentralizar o setor, dar mais incentivo ao seu desenvolvimento em outras áreas."
A avicultura capixaba tem uma participação pequena na produção nacional, diz Elder Marim, diretor-superintendente da Proteinorte Alimentos. "Hoje, temos apenas 1% dos 400 milhões de frangos alojados em nível nacional. "Segundo ele, a avicultura gera em torno de 25 mil empregos diretos e indiretos e o faturamento de cerca de R$ 500 milhões em 2009. Foram produzidas 9,6 mil toneladas por mês de carne de frango e a demanda é de 11,6 mil toneladas por mês. "Ainda não conseguimos suprir a demanda, mas registramos crescimento de 50% em nossa capacidade de abate nos dois últimos anos", diz Marim. Fundada em 1976, em Linhares, a Proteinorte ampliou em 2009 sua capacidade de abate de 25 mil para 80 mil aves por dia e planeja dobrar o número no curto prazo. Faturou R$ 52 milhões em 2009 e prevê R$ 80 milhões neste ano.
Outras duas companhias têm papel importante no setor de alimentos com origem no Espírito Santo. Uma é a Chocolates Garoto, que iniciou suas atividades em 1929 e a produção de chocolates em 1934, e foi comprada pela gigante Nestlé em 2002 por US$ 250 milhões. Dois anos depois, o Conselho Administrativo de Defesa Económica (Cade) determinou que a operação fosse desfeita, por entender que comprometia a concorrência no mercado de chocolates e, após idas e vindas, não há uma decisão final sobre o caso.
A Buaiz Alimentos, que faz parte de um grupo de 12 empresas, inaugurou em fevereiro uma nova fábrica de café. Adquiriu uma unidade moageira para o Moinho Vitória e criou uma nova empresa, a Distribuidora Vitória, com duas unidades, para agilizar a distribuição de produtos próprios e de outras marcas. Com a proximidade da Copa do Mundo, em junho, o consumo de bebidas (refrigerante, cerveja e água mineral) deve aumentar cerca de 15% em relação a igual período de 2009, superior à média nacional, que terá aumento de 5%, conforme dados da consultoria britânica Bernstein Research. Para Roberto Kautslky, presidente do Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Estado do Espírito Santo (Sindibebidas), "o período pré-eleitoral e o pós-crise influenciam o aumento do consumo".
Cerca de 320 das 400 empresas capixabas do setor de bebidas, são produtoras de cachaça. "Os preços variam de R$ 2 a R$ 40 a garrafa, o que faz com que o mercado movimente mais de R$ 30 milhões ao ano e seja responsável por 5 mil empregos diretos", afirma Paulo Roberto Soares, presidente da Associação Capixaba dos Produtores de Cachaça de Qualidade. O setor de água mineral é constituído de pequenas empresas. A produção capixaba é de cerca de 80 milhões de litros de água por ano, correspondendo a 2% da produção nacional, de 4,1 bilhões de litros.
Fonte: Valor Econômico
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