sexta-feira, 25 de junho de 2010

Safra do café começa com preços firmes

O clima e a altitude acima de mil metros são ideais para a produção de café fino na região. Mas outra característica tem chamado a atenção: 90% da área plantada de café tem potencial para a mecanização. E as máquinas tomam o lugar do homem na lavoura. Só neste ano, dois mil e quatrocentos postos de trabalho foram fechados.

A safra começou em junho, mas em alguns lugares, como em uma propriedade no município de Restinga, a máquina ainda está parada. A decisão foi esperar.

O técnico agrícola Alex Faleiros explica que há muitos grãos verdes devido a florada desuniforme deste ano, o que deprecia a bebida. "Além disso, os grãos verdes são mais duros e não saem do pé" diz o técnico agrícola.

Como o café é uma lavoura com comportamento bienal, num ano produz mais, no seguinte, menos, esse ano a produção na região de Franca será 40% maior. Devem ser colhidas um milhão quatrocentas e sessenta mil sacas.

Mas apesar da boa produção, os preços do café não param de subir. A saca chegou a ser comercializada na segunda quinzena de junho a 310 reais. O gerente de operações da Cocapec, Cooperativa de Cafeicultores da Região de Franca, Anselmo Magno de Paula explica que o motivo está na redução dos estoques mundiais. E que a cooperativa nunca esteve com estoques tão baixos no início de safra: 30 mil sacas. No ano passado havia 150 mil sacas de café. "Os preços vêem numa fase de recuperação mas havia uma defasagem das cotações das bolsas comparados às cotações do mercado físico. O mercado sempre se corrige, e estamos tendo uma correção agora", diz Anselmo

Mesmo com o aumento no preço, o produtor não comemora. A crise na cafeicultura já dura quatro anos e a recuperação dos preços ainda não repoem os prejuízos. "Devido à defasagem do câmbio ainda é insuficiente para nós", diz o produtor rural José Omar Furlan.
Fonte: Notícias Agrícolas

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