segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CNC comemora aprovação dos cafés brasileiros na bolsa de NY

O Conselho Nacional do Café (CNC) comemorou a notícia de que o Comitê do Café da Bolsa de Nova York aprovou na noite de quarta-feira o início das negociações com os cafés lavado e semi-lavados do Brasil. Até agora são negociados somente cafés lavados de outras nações, como Colômbia e países da América Central, perfazendo um total de 19 países latino-americanos.

O presidente do CNC, Gílson Ximenes, disse que a notícia é muito favorável para os produtores do Brasil. "Desde 2004 vinham essas tratativas e isso é muito importante para a firmeza e sustentação do mercado e para a hegemonia da cafeicultura brasileira no mundo", afirmou.

Ximenes observou que o café brasileiro é de excelente qualidade, e tem melhorado cada vez mais os seus grãos. Observa que a escassez recente de grãos arábica lavados colombianos e da América Central foi um fator a mais para a bolsa abrir suas portas para o café brasileiro, mas ressaltou que o que de fato está por garantir a negociação dos grãos do país é a ótima qualidade do produto nacional.

Para o dirigente do CNC, vai diminuir o deságio dos cafés brasileiros em relação ao que hoje ocorre na Bolsa de NY, no comparativo com cafés colombianos e centrais, por exemplo. Ximenes reitera que o café brasileiro é de qualidade superior, que continua sendo aprimorada, e essa notícia é muito positiva para o país se consolidar no mundo não só como maior país produtor e expor tador do grão, mas também como produtor de grãos de altíssima qualidade.

O Ministério da Agricultura e Pecuária ainda não recebeu o comunicado oficial da decisão, informou o diretor do Departamento do Café do Mapa, Robério Silva. O diretor não quis prever quando a direção da Bolsa - o Board (NYBOT) - vai referendar a decisão do comitê, mas acredita que poderá ser um processo rápido.

Segundo Robério Silva o efeito da aprovação deverá ser sentido entre 18 e 24 meses, depois que forem encerrados os contratos de café que se encontram em aberto na Bolsa. Por isso, não serão sentidos resultados imediatos nos preços. Mas a médio prazo os produtores poderão ter mais liquidez e conquistar novos mercados.

O Brasil nunca negociou estes tipos de café em Nova York porque a produção do s lavados e semi-lavados iniciou há apenas cinco anos no país.

O secretário de Produção e Agroenergia do Mapa, Manoel Bertone, disse que a decisão faz justiça ao Brasil porque o país é o maior exportador de café do mundo.
Fonte: Revista Cafeicultura

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