sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Mercado de cafés especiais procura baristas

Segundo a Associação Brasileira de Café e Barista (ACBB), o Brasil deve se tornar até o ano que vem o maior mercado consumidor de café do mundo, superando os Estados Unidos. Boa parte desse crescimento pode ser atribuída ao mercado de cafés especiais, que, de acordo com a ACBB, cresce 20% ao ano no País.

A associação aponta que esse interesse pode ser medido pela grande quantia de empresas da área que estão vindo para o Brasil, entre elas fabricantes de máquinas e lojas especializadas, como a americana Starbucks. ”Está havendo crescimento do mercado de cafés especiais em todo o mundo. É uma moda entre os jovens”, diz Geórgia Franco, diretora da ACBB e barista.

Nesse cenário, aumenta também a demanda por baristas, os mestres em preparar bebidas cujo ingrediente principal é o café. Esses profissionais não são apenas operadores de máquinas de café: altamente capacitados, eles preparam opções cada vez mais especializadas e refinadas para o freguês.

”A partir do momento em que o consumidor diferencia o café bem tirado, o mercado vai valorizar cada vez mais os bons profissionais”, aponta Geórgia. Ela é organizadora da etapa paranaense do Campeonato Brasileiro de Barista, realizada no Mercado Municipal de Curitiba entre quinta-feira da semana passada e o último domingo.

Cléia Junqueira, também diretora da ACBB, destaca que essas competições refletem o interesse crescente pela carreira de barista. ”Os campeonatos brasileiros e as regionais ajudam muito a divulgar a profissão”, afirma a diretora, que estima que o Brasil tem atualmente cerca de seis mil baristas realmente qualificados e especializados. ”Há mercado no Brasil inteiro”, diz Cléia.

Há possibilidade de bons salários na profissão: as diretoras descrevem que os profissionais começam geralmente recebendo salário mínimo, mas os ganhos podem passar dos R$ 3 mil. ”Para ser barista, é necessário, em primeiro lugar, gostar de café, obviamente. Segundo, ter um pouco de aptidão”, explica Geórgia. ”Aptidão, no sentido de ser detalhista, organizado”, complementa Cléia.

Tramita atualmente no Congresso Nacional um projeto de lei para a regulamentação da profissão de barista no Brasil. A matéria propõe que o profissional deve possuir diploma de curso, em nível técnico ou equivalente, expedido por estabelecimento devidamente registrado no órgão competente, e submeter-se a cursos de especialização reconhecidos por órgãos de notório conhecimento na técnica e que estejam devidamente cadastrados junto a órgãos de fiscalização estatal. ”O profissional terá que passar por provas teóricas, práticas e sensoriais”, explica Geórgia.
Fonte: Revista Cafeicultura

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