O mês de setembro foi uma verdadeira "montanha-russa" no mercado internacional de café. Os preços nas bolsas de futuros iniciaram o mês subindo a montanha e a Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures) viu as cotações mais altas para o arábica em 13 anos, próximas à importante marca "psicológica" dos US$ 2,00 por libra-peso. Depois, o mercado despencou e chegou a trabalhar abaixo de US$ 1,80 por libra. Esses altos e baixos todos vieram em função das condições climáticas no Brasil, na Colômbia e na América Central.
No dia 08 de setembro, o contrato dezembro (mais negociado) na Bolsa de NY, que baliza as cotações internacionais do grão, fechou a 194,55 cents/lb, tendo atingido no dia máxima de 198,65 cents, quase encostando em US$ 2,00 por libra. O mercado vinha sendo sustentado no começo de setembro principalmente pelas preocupações com o clima seco no Brasil, uma ameaça para a safra 2011, que já será naturalmente menor pelo ciclo bienal da cultura. O sentimento era de que a safra do Brasil 2010, provavelmente recorde, representava um alívio para o cenário de aperto na oferta global em relação à demanda, o que seria também atenuado por boas safras na Colômbia e América Central, que começam colheita no último trimestre do ano. Mas com um 2011 problemático novamente à vista, fundos e especuladores passaram a comprar papéis.
Entretanto, por meados de setembro, chuvas passaram a ser registradas no cinturão cafeeiro do Brasil, benéficas nesse período crucial de floradas para a definição da safra 2011. E assim as cotações internacionais desceram a "ladeira", com fortes movimentos de realização de lucros. As previsões são de um final de ano com chuvas mais regulares, mais adequadas para os cafezais do Brasil, sinal de alívio em relação à safra 2011.
O ponto mais baixo do mês de setembro na bolsa de Nova York foi no dia 22 de setembro. Neste dia, o contrato dezembro fechou a 179,95 cents/lb, tendo mínima na sessão de 179,35 cents.
Um pouco adiante no mês vieram informações de destruição na Colômbia e América Central pelas chuvas em excesso e tempestades. E isso garantiu momentos de novas altas nas cotações na Bolsa de Nova York, ou pelo menos de retenção do movimento de queda nos preços. Há muitos estragos na Colômbia especialmente, mas não há informações mais claras sobre prejuízos nos cafezais. Possivelmente isso ao menos atrapalhe a colheita da safra e transporte de grãos, o que é fator altista para as cotações.
No final das contas, o balanço mensal da ICE Futures ainda foi positivo. O contrato dezembro fechou o mês de setembro com cotação de 183,05 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 2,6% na comparação com o fechamento de agosto (178,45 cents).
No mercado físico brasileiro de café, os produtores seguem segurando os grãos à espera de preços mais altos. Mas, como normalmente ocorre, o comprador também está bem na defensiva, e nos momentos de queda nas bolsas assume uma postura mais retraída, pressionando para ter cotações mais baixas em suas aquisições. E quando as chuvas vieram, o comprador tentou pressionar ainda mais o mercado.
O dólar comercial em setembro teve queda acumulada de 3,7%, fechando o dia 30 a R$ 1,692. Isso pressionou para baixo as cotações do café no Brasil em reais. No balanço mensal, tomando por referência o sul de Minas Gerais, o café arábica bebida dura em 30 de setembro estava cotado em R$ 323,00 a saca, contra R$ 330,00 do final de agosto, o que indica queda de 2,1% no mês.
Fonte: Revista Cafeicultura
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