Até 2100, o lucro da agricultura no Brasil pode ter queda de 26% devido às mudanças no clima. As projeções foram divulgadas nesta quarta, dia 22, em Brasília, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Baseado em simulações de clima para os próximos 100 anos, o estudo afirma que de 2040 a 2070 a queda nos lucros do setor agrícola no Brasil será de 3,7%. Os números consideram que as emissões de gases do efeito estufa se mantenham nos níveis atuais.
— Em termos gerais, as mudanças climáticas vão acarretar mudanças na economia brasileira como um todo. Do ponto de vista da agricultura, vai ter mudanças de produtividade em diversas regiões e com efeitos distributivos e regionais — disse o coordenador do estudo, Jorge Hargrave.
Os dados, no entanto, indicam que cada região do país sofrerá diferentes impactos. No Centro-oeste o aumento das temperaturas pode tornar inviáveis determinados cultivos. No Sul, onde as médias são mais amenas, a mudança pode trazer benefícios e aumentar as opções para os agricultores.
O Centro-oeste deve ter queda de 161% na produtividade até 2100. No Norte, a redução deve ser de 124%, e no Nordeste, de 51%. Para o Sudeste, a previsão é de poucas alterações, com queda de apenas 0,5%. A região Sul tem as melhores perspectivas: alta de 17% no mesmo período.
O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Gustavo Luedemann pondera as estimativas. Ele explica que as previsões climáticas para o futuro são relativas.
— Estamos hoje em uma fase em que é muito difícil, com a disponibilidade de dado, fazer previsões concretas sobre o aumento ou a diminuição de produtividade na agricultura — diz o pesquisador.
Segundo o instituto, a redução do desmatamento e uso de tecnologia podem amenizar os impactos negativos das mudanças no clima.
— O estudo sugere diversas outras medidas, como o investimento em novas tecnologias, tecnologias de adaptação da agricultura, fortalecendo o papel da Embrapa nessa adaptação. São medidas que eu consigo lembrar e que são prioritárias e muito importantes para o país — disse o coordenador do estudo, Jorge Hargrave.
Fonte: Campo Vivo
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