Segundo Maurício Lima Verde, vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) e representante dos produtores brasileiros do setor privado na Organização Internacional do Café (OIC), apesar da atual safra cafeeira (2009/2010) ser uma das maiores da história no País, deixou a desejar na qualidade. Isso ocorreu devido ao excesso de chuvas no ano passado.
“Quando chove muito, as plantações entram num processo que é como se a produção fosse estimulada sem parar. Os pés de café não passam pelo período de descanso necessário. Como no ano passado choveu muito, em vez de duas floradas do café, houve até nove floradas”, diz Lima Verde.
Isso significa que perde-se o padrão de qualidade na plantação, pois ocorrem discrepâncias no amadurecimento do fruto. Ao mesmo tempo em que se tem frutos maduros, ainda há verdes e flores. Além disso, os custos de produção aumentam, pois o cafeicultor precisa colher os grãos em várias etapas.
Para a safra 2010/2011, que deverá ser colhida em outubro do próximo ano, também já existem preocupações. Com o tempo seco e a ocorrência reduzida de chuvas neste ano, ainda não ocorreram as primeiras floradas.
Soma-se a isso o fato de que toda grande safra é precedida por uma colheita menor. Segundo Lima Verde, diante das 47 milhões de sacas colhidas neste ano, a previsão para 2011 é de colheita em torno de 30 milhões de sacas no Brasil. Mais uma vez, a situação remete ao problema inicial da baixa produção contra o aumento mundial do consumo.
A única forma de aumentar a produção é realmente através de incentivos aos cafeicultores, já que a plantação de novos pés não é uma hipótese considerada pelo setor. Segundo Lima Verde, dos 2,2 bilhões de pés de café existentes no Brasil, o índice de produtividade é de apenas 50%. Ou seja, novas plantações ficariam ociosas.
Fonte: Revista Cafeicultura
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