O tempo seco durante o período de granação do café robusta prejudicou o desenvolvimento dos grãos da variedade da safra 2010/11. No Brasil, apesar da safra atual de robusta ser maior em relação à anterior (2009/10), agentes consultados pelo Cepea comentam que o tamanho dos grãos do Espírito Santo está menor, reduzindo o rendimento em sacas - segundo a Conab, o estado capixaba deve produzir 7,33 milhões de sacas, 3,6% a menos que a safra anterior.
Nos outros países produtores de robusta, também há motivo para preocupação. Em Uganda, maior país produtor de robusta na África, a ocorrência de uma estiagem de cinco meses em 2009 fez com que a Autoridade de Desenvolvimento de Café da Uganda (UCDA) reduzisse as estimativas de embarques por três vezes. A estimativa inicial, de 3,4 milhões de sacas, foi reduzida para 3,1 milhões, depois para 2,9 e, agora, para 2,7 milhões de sacas.
Restam cerca de dois meses para o final da temporada 2009/10 no país africano. No Vietnã, maior produtor mundial da variedade robusta, notícias divulgadas em agosto mostram situação semelhante à do Brasil, com produtores vendendo pequenas quantidades. A colheita da variedade teria atrasado, e a lentidão nas negociações pode durar até outubro, quando se inicia a nova temporada.
Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), o volume produzido pelo país vietnamita na safra 2010/11 deve ser igual ou inferior ao colhido na temporada 2009/10, estimado em 18 milhões de sacas.
Segundo meteorologistas locais, foram previstas chuvas significativas para o cinturão do café do Vietnã, mas não há relatos de eventuais perdas de produtividade. Apesar do possível benefício das chuvas - já que na safra atual, o clima seco prejudicou o desenvolvimento dos cafezais -, a preocupação seria com a possibilidade de queda dos grãos antes da maturação completa. Até a temporada 2011/12 brasileira já é vista com preocupação, visto que a ausência de chuvas dificulta a ocorrência e fixação das floradas.
Fonte: Campo Vivo
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