quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Dólar fecha em alta pelo 2º dia, puxado por queda nas Bolsas

A cotação do dólar frente ao real subiu pelo segundo dia consecutivo nesta quarta-feira, impulsionada pela queda nas Bolsas de Valores em todo o mundo e também pela queda do euro no mercado internacional.

Os índices de ações no Brasil e no exterior registram forte queda hoje, pressionadas pelo pessimismo dos investidores a respeito da recuperação da economia norte-americana e pelos temores de desacerelação na China.

"A queda do euro e das Bolsas de Valores influenciou bastante a cotação da taxa de câmbio hoje", afirmou Alessandro Malagutti, operador de câmbio da corretora Vision. De acordo com ele, a alta só não foi maior porque muitos agentes ainda estão vendendo dólar no mercado.

Nesse cenário, o dólar comercial fechou trocado por R$ 1,770, alta de 0,68%, nas últimas operações. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,763 e R$ 1,775. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi vendido por R$ 1,89, em alta de 0,53%.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) registra perdas de 2,15%, aos 65.779 pontos. O giro financeiro é de R$ 5,28 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York tem queda de 2,49%.

Para Malagutti, se a tendência nas Bolsas nos próximos dias permanecer de desvalorização, o dólar deve chegar a R$ 1,80 até o dia 20 de agosto.

A Agência Nacional de Estatísticas da China informou hoje que o crescimento anual da produção industrial chinesa desacelerou em julho para 13,4%, ante 13,7% em junho.

"Nós estávamos esperando que a China ajudasse a economia dos Estados Unidos, e obviamente a atividade na China está desacelerando", afirmou Alan Lancz, presidente da Alan B. Lancz & Associates Inc., consultoria de investimentos norte-americana, à Associated Press.

Na terça-feira, o banco central norte-americano informou que vai reinvestir o dinheiro de títulos hipotecários na dívida do governo para conter os recentes sinais de fraqueza. A autoridade monetária manteve as taxas de juro perto de zero e renovou promessa de deixá-las baixas por um período prolongado.

A medida foi anunciada após o Fed divulgar uma visão mais cautelosa sobre a recuperação. Em comunicado divulgado após a reunião de ontem, a autoridade monetária afirmou que a retomada da economia "desacelerou nos últimos meses." O documento reforça as declarações do presidente do Fed, Ben Bernanke, que afirmou no no mês passado que a perspectiva para a economia continua "atipicamente incerta".

JUROS FUTUROS

No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas fecharam em alta.

No contrato para outubro deste ano, a taxa prevista ficou em 10,71%; no contrato para janeiro de 2011, a taxa projetada foi de 10, 76% para 10,80%; e no contrato para janeiro de 2012, a taxa prevista subiu de 11,54% para 11,58%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.
Fonte: Folha Online

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