sábado, 27 de fevereiro de 2010

O drama da estiagem prolongada no Estado

Safra do café comprometida
Júlio Rocha

Em plena época das chuvas, o Espírito Santo passa por uma situação crítica para a sua agricultura e pecuária, pela ausência quase total de ocorrência de chuvas em período superior a 90 dias em todo o seu território, chegando a 120 dias, em alguns municípios. O registro a menor entre 50% e 70% de chuvas no período já compromete 45%do café conilon não-irrigado do Estado para a próxima safra, comprometendo também a safra 2010/2011, porque as lavouras não emitirão ramos novos suficientes para se garantir as produções tradicionais.

As elevações das temperaturas máximas registradas no período superam entre 1,7ºC e 3,6ºC as máximas diárias de considerável período histórico. O decréscimo da produção de leite está sendo ainda de 30% (300.000l/dia), porque está sendo consumida a ração que seria usada no período de entressafra.

Os prejuízos da agricultura e pecuária até o momento são da ordem de R$ 700 milhões. Ainda que as culturas irrigadas possam garantir significativo volume da produção, a situação é muito grave porque a maioria dos produtores, que não dispõem de irrigação, terão lamentavelmente as maiores perdas percentuais de suas lavouras.

Constantes reuniões têm sido realizadas com os órgãos envolvidos para a discussão das possíveis soluções para se atenuar tão grave realidade. Questões emergenciais, como a renegociação das dívidas, têm merecido atenção especial, com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura, Aquicultura e Pesca, junto aos organismos financeiros e demais órgãos representativos dos produtores.

A descapitalização do segmento e a imperiosa necessidade de se planejar e implementar ações estruturantes, que envolvem investimentos, merecem atenção especial, como a definição de uma sólida iniciativa de captação e reserva de água. A facilitação dos organismos de controle, na desburocratização possível dos pedidos de licenciamento e outorga, bem como da atenuação ou abolição das taxas cobradas devem ser tratadas como prioridade absoluta.

O período crítico, comprovado pelas estações meteorológicas, tem que ser descontados de eventuais vistorias dos imóveis rurais. O esforço conjugado de órgãos governamentais, da sociedade civil, de prefeituras e bancos para se alcançar o mais rápido possível a decretação de Estado de Emergência nos municípios facilitará muito a renegociação das dívidas. Disponibilizamos a Federação de Agricultura, os sindicatos rurais e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para prestarmos com os demais parceiros as orientações e a capacitação de que nossos produtores tanto necessitam e merecem nessa situação de imensas dificuldades.

Júlio Rocha é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes).

Perdas são de até 80%
Enio Bergoli

Nos últimos meses, vivenciamos uma intensa anomalia climática no nosso Estado. Neste que deveria ser o tradicional período das águas, as precipitações foram poucas e muito irregulares, chamadas "chuvas de manga". Na média, de novembro até o momento, choveu por aqui menos da metade do esperado para o período, na maioria de nossas regiões. Para agravar o quadro, no mês de janeiro, a média das temperaturas máximas ficou entre 2º e 4º C acima da média histórica.

A falta e a irregularidade das chuvas, aliadas às elevadas temperaturas, provocam a redução da produção agropecuária, com prejuízos nas propriedades rurais que variam de 10% a 80%, conforme o produto, e o sistema de produção empregado. Vale lembrar que a agricultura é a atividade econômica mais sensível às adversidades climáticas.

Neste momento, duas ações emergenciais para o enfrentamento da seca estão em andamento. Os municípios mais afetados devem iniciar o processo para a decretação de situação de emergência, o que facilita e acelera procedimentos públicos para aquisições e contratações. A outra ação emergencial é a prorrogação ou negociação de dívidas de crédito rural. O governo do Estado já pactuou essa medida com os agentes financiadores. Os agricultores afetados devem procurar as agências onde o crédito foi contraído, contando com o apoio dos escritórios do Incaper e dos sindicatos que atuam no rural. Para os agricultores familiares há ainda a possibilidade de acionar o seguro Proagro.

Contudo são as ações estruturantes que possibilitam a convivência com essa e com as inúmeras secas que, infelizmente, ainda estão por vir. Em resumo, devemos ter em mente que não há produção agrícola sem água e que solos muito expostos, com pouca cobertura vegetal, não conseguem boa armazenagem. E o solo é o nosso grande reservatório de água.

Armazenar água, por meio da construção de barragens individuais e coletivas, utilizar métodos mais econômicos de irrigação, usar variedades que toleram o déficit hídrico, priorizar sistemas agroflorestais e plantios mais adensados ou sombreados são exemplos de ações estruturantes para conciliar a falta de chuvas com a produção agrícola.

Hoje há uma parcela de agricultores que já adotam essas e outras medidas estruturantes, boa parte advinda de programas conduzidos pelo governo do Estado, com uso de recursos próprios ou de crédito rural. E são justamente esses produtores rurais que têm os menores percentuais de perdas de safras, em épocas como essa.

Precisamos, definitivamente, conciliar a geração de renda no campo, via adoção de tecnologias que usem menos água e energia, com a recuperação e preservação dos recursos naturais. A solução dessa equação será uma vitória de todos e um legado que deixaremos.

Enio Bergoli é secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca.
Fonte: Jornal A Gazeta

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Produtores e autoridades se reúnem para discutir importação de café

Está marcada para o dia 16 de março uma audiência pública com o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Manuel Bertone, que virá ao Espírito Santo para discutir sobre o drawback do café. Os cafeicultores capixabas temem a importação do produto, por não conseguirem concorrer com países como o Vietnã, que não possui leis de amparo trabalhista, o que influencia na queda do preço da mão de obra, e consequentemente, nos custos de produção e no valor final do café. Além disso, as leis ambientais brasileiras contribuem para o encarecimento da produção.

A reunião acontecerá às 10 horas na Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo e contará com a presença da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo - Faes, do deputado estadual e presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, Atayde Armani e de outras autoridades do setor cafeeiro capixaba.

No ano passado, a Faes, os sindicatos rurais, a Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Espírito Santo (OCB/ES), a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Espírito Santo (Fetaes) assinaram um documento reforçando posição contrária à importação de café pelo Brasil, que foi encaminhado ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes.

O documento continha ainda posição conjunta favorável à construção de políticas públicas eficientes para todos os elos da cadeia produtiva do café brasileiro. As sugeridas no documento foram: a exportação do produto com maior valor agregado, a formação de estoques reguladores públicos e incentivos pactuados com o segmento industrial à estocagem, a produção de estudos aprofundados sobre toda a cadeia produtiva do café (oportunidades, riscos e legalidade) e o desenvolvimento de uma marca para o produto brasileiro industrializado.

O drawback é a importação de matéria-prima para reexportação de produto industrializado com maior valor agregado.
Fonte: FAES (Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo)

Café brasileiro ganha mais espaço

A menor disponibilidade do café colombiano no mercado internacional está fazendo com que os importadores venham ao Brasil buscar os cafés finos nacionais. Esse aumento da demanda fez com que o produto brasileiro passasse a receber um bônus sobre as cotações praticadas na bolsa de Nova York, além de ter ajudado a elevar a fatia das vendas totais do país nas exportações mundiais de café para 32%.

Enquanto o café tradicional tipo exportação ainda tem um deságio sobre o preço da bolsa, o café fino (cereja descascado) brasileiro tem recebido de 8 a 10 centavos de dólar a mais sobre o valor de referência da bolsa americana. Tradicionalmente, mesmo o café fino exportado pelo Brasil tem um deságio de até 10 centavos em relação aos preços da bolsa.

"A indústria está procurando café de qualidade e existe demanda pelo produto brasileiro em substituição ao colombiano", afirma Rodrigo Costa, analista da Newedge.

E quando a demanda não é atendida com um aumento rápido na oferta, o resultado são preços mais altos. Com um projeto idealizado para produção de cafés finos, a Ipanema Coffees produziu junto com seus parceiros 145 mil sacas desse tipo de produto no ano passado. Para 2010, a expectativa é de que essa produção tenha um aumento marginal de apenas 5 mil sacas, o que elevaria a oferta de uma das principais fazendas produtoras de cafés especiais do país para 150 mil sacas.

"Sentimos que nosso café está sendo melhor remunerado pelos importadores. Essa é a primeira vez na história que um importante fornecedor tem problemas no abastecimento e o Brasil pode se beneficiar por não ter nenhum tipo de controle por parte do governo", afirma o diretor presidente da Ipanema, Washington Rodrigues. "Não podemos perder essa oportunidade", diz ele.

Durante a vigência do antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC), entre 1952 e 1989, os investimentos em qualidade deixaram de existir, já que não havia nenhum tipo de bonificação para os cafés especiais. "Os primeiros cafés cereja surgiram em 1990, que ganharam promoção com as compras que a Illy passou a fazer do produto brasileiro para produzir seus expressos mais encorpados", explicada Eduardo Carvalhaes, diretor do Escritório Carvalhaes, em Santos.

Com o aumento do consumo de expresso nas últimas duas décadas, a procura pelo café fino brasileiro cresceu em um ritmo superior ao do café fino colombiano (lavados suaves). Aliado a esse fator, a capacidade de abastecimento do Brasil é superior à colombiana devido ao tamanho de sua produção. "Essa reversão ficou mais evidente em 2009 quando houve o primeiro problema de fornecimento da Colômbia e se confirmou com uma repetição neste ano", diz Rodrigues, da Ipanema.

Em 2007, os colombianos colheram 12,5 milhões de sacas, se mantendo na média dos quatro anos anteriores. A partir de 2008, no entanto, uma série de fatores como clima, renovação do parque cafeeiro e baixa remuneração dos produtores derrubaram a produção para 8,66 milhões de sacas. No ano passado, a oferta cresceu 9,5% para 9,5 milhões de sacas, mas ainda assim muito abaixo da média superior a 12 milhões que vinham sendo produzidas de 2004 a 2007.

Sem oferta, as exportações colombianas foram bastante prejudicadas. No ano passado, foram embarcadas apenas 7,9 milhões de sacas, uma queda de quase 30% em comparação a 2008. Essa situação fez com que a participação colombiana no mercado internacional recuasse para apenas 8,3%, uma das baixas da sua história.

Com o aumento da demanda, as exportações brasileiras ocuparam o espaço deixado pela Colômbia. Dados da Organização Internacional do Café (OIC), mostram que a participação de 32% do café brasileiro no mercado internacional é a maior em pelo menos 30 anos, com embarque de 30,3 milhões de sacas.
Fonte: Sincafé

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Seca castiga mais de 50 mil agricultores

Os prejuízos com a estiagem ultrapassam R$ 400 milhões no Estado. Lavouras mais atingidas são as de café, cana e maracujá

A estiagem que atinge o Espírito Santo já causou prejuízos para mais de 50 mil agricultores em todo o Estado. Os mais atingidos são os agricultores familiares capixabas - 70% deles sofrem com a seca, o que significa que somam 40 mil dos 50 mil que estão tendo prejuízos.

Entre as culturas mais atingidas estão o café conilon e o arábica. Algumas lavouras já têm perdas de 50%. Segundo dados da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Espírito Santo (Fetaes), divulgados no último dia 12, os prejuízos na agricultura já ultrapassam R$ 400 milhões.

O presidente da Fetaes, Paulo de Tarso Caralo, disse que a seca atinge todas as regiões capixabas.

“Até as regiões serrana e Sul, que tradicionalmente têm um bom índice de chuvas, estão sofrendo com a seca. Para se ter uma ideia, nas duas últimas semanas a perda das lavouras de café conilon, no Norte do Estado, já saltaram de 30% para 40%. Em algumas lavouras irrigadas, as perdas já passam de 15%. Esperamos que chova logo no Estado”, lamentou Caralo.

Além do café, a produção de leite, a cana-de-açúcar, a pimenta-do-reino, o maracujá, o mamão, o cacau, entre outras culturas, também já tiveram reduções significativas. No caso do mamão e do maracujá, as perdas são de até 80% da produção. Em algumas regiões, a água está escassa até para o consumo humano.

Entre 1º de novembro de 2009 e 11 de fevereiro de 2010, a quantidade de chuva no Espírito Santo foi bem menor do que a média histórica do período. O caso mais grave no Estado é registrado na região Nordeste, onde a chuva foi 55% menor que a média.

O aumento da temperatura é outro fator preocupante. Entre 1º de novembro de 2009 e 31 de janeiro de 2010, a média das temperaturas máximas foi superior em até 3,7ºC, nas regiões Sul e Noroeste, em relação à média dos anos anteriores nos mesmos períodos.

A safra do café, que segundo projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) seria recorde, já teve uma queda considerável. A estimativa da Fetaes é de que, só nas lavouras de conilon, a queda chegue a mais de 1,7 milhão de sacas.

AS LAVOURAS
Perdas no Estado
> CAFÉ CONILON: lavouras irrigadas, 15%; lavouras não irrigadas, 40%
> CAFÉ ARÁBICA: 25%
> PRODUÇÃO DE LEITE: 20%
> CANA-DE-AÇÚCAR: 25%
> MARACUJÁ: 80% da produção de abril/maio
> MAMÃO: 20%
> PIMENTA-DO-REINO: 25%
Fonte: Incaper, Seag e Fetaes.

Produção em 2011 vai ficar comprometida, diz secretaria

Em São Mateus, a seca já dura mais de 100 dias e o engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal de Agricultura, Ézio Sena, afirmou que o impacto desta estiagem será sentido no próximo ano.

“Já temos perdas significantes na produção deste ano e, caso não chova até maio, quando começa a época de secas, sentiremos também na produção de 2011. Estamos desde o dia 4 de novembro sem chuvas significantes. O café, que deveria estar crescendo, está comprometido”, declarou.

Segundo o Incaper, choveu em fevereiro na região Norte 24,2 milímetros, o que representa cerca de um quarto da quantidade necessária por dia: 80 milímetros.

Prazo para quitar dívida

Os produtores rurais que têm empréstimo bancário e que tiveram prejuízos nas lavouras poderão renegociar as dívidas. É o que afirma a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).

Para isso, o produtor tem que procurar um escritório local do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) para solicitar um laudo que ateste o prejuízo.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Espírito Santo (Fetaes), Paulo de Tarso Caralo, disse que nos próximos dias haverá outra reunião com os representantes das instituições financeiras para reforçar o pedido feito no início do mês.

“Vamos analisar os contratos de empréstimos para ver o que pode ser feito. Queremos que a dívida seja renegociada ou então que seja aberta uma nova linha de crédito com pagamentos no próximo ano. Se houver necessidade nos reuniremos com representantes do governo federal”, afirma Caralo.

Segundo ele, tem que haver medidas urgentes para que situações como essa não aconteçam nos próximos anos. “É preciso que seja feita uma educação ambiental e projetos de conservação e recuperação das nascentes”, conclui.

CHUVAS

De acordo com informações do Instituto Climatempo, uma forte frente fria, acompanhada de um ciclone extratropical que chega ao País nesta semana, poderá trazer chuva para o Estado.

A expectativa é de que as condições de chuva aumentem a partir de amanhã. A previsão é de que a frente fria permaneça no Espírito Santo pelo menos até o domingo.
Fonte: Jornal A Tribuna (24-02-10) - Reportagem de: Fábio Seganttini, Julio Huber, Nelson Gomes e Wilton Junior.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Calor e seca afetam lavouras do Espírito Santo e da Bahia

No Espírito Santo, o café é uma das culturas mais prejudicadas. Cerca de 90 mil produtores sofrem com a estiagem. Na Bahia, o solo foi preparado, mas ainda não foi possível iniciar o plantio.




Fonte: Site GazetaOnline e G1.com

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Falta de chuva compromete safra de café


Em Brejetuba, das 350 mil sacas esperadas, a perda já é de pelo menos 87.500, o que corresponde a 25% da safra do município

A escassez de chuva dos últimos meses no Estado já provocou perdas de pelo menos 20% na produção de cafés arábica e conilon no Espírito Santo.

Técnicos agrícolas e produtores afirmam que os prejuízos são irreversíveis e, se não chover nos próximos dias, a situação poderá se complicar ainda mais.

A engenheira agrônoma da Prefeitura de Brejetuba, maior município produtor de café arábica do Estado, Clarinda Morgan, afirma que, das 350 mil sacas esperadas para este ano, a perda já é de pelo menos 87.500 unidades, o que corresponde a 25% da safra do município.

“É muito triste andarmos nas lavouras de café e vermos essa situação. Estamos muito preocupados. E, se não chover nos próximos dias, o prejuízo do produtor poderá ser ainda maior. A qualidade do café também está comprometida, pois a planta não teve a água que necessitava para engrossar os grãos no período correto.”

Segundo ela, a safra do próximo ano também já foi prejudicada.

“Meu pai tem 94 anos e diz que nunca viu um tempo tão quente” Ivan Caliman, presidente da Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo

“A qualidade do café também está comprometida” Clarinda Morgan, engenheira agrônoma



“Com essa seca, as lavouras sofrem um estresse muito grande. Isso prejudica a safra do próximo ano, pois as plantas têm de se recuperar”, enfatizou.

Em Marechal Floriano, produtores já falam em prejuízos de até 30% em determinadas lavouras.

Em Venda Nova do Imigrante, de acordo com o técnico Fabiano Tristão, do escritório do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), as lavouras mais novas são as mais castigadas. “Só em Venda Nova, perdemos 30% da produção de arábica, o equivalente a 15 mil sacas diretamente”, afirma.

Além do prejuízo direto da produção, o cafeicultor também terá uma redução significante em relação aos cafés especiais, que agregam cerca de R$ 100 por saca beneficiada. “O ganho do café é a qualidade. Meu pai tem 94 anos e diz que nunca viu um tempo tão quente”, diz o produtor Ivan Caliman, presidente da Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo (Pronova).

No Norte do Estado, a safra do conilon também terá uma redução de pelo menos 20%. É o que afirma o engenheiro agrônomo da Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Coabriel), Cristiano Cezana Contarato.

Se comparado à estimativa da Conab da produção no Estado, a safra de conilon terá uma redução de cerca de 1,7 milhão de sacas.

Medidas para diminuir prejuízo de agricultor

Os agricultores que comprovadamente registrarem perdas na produção agrícola, devido ao longo período de estiagem, terão prorrogadas as quitações de débitos oriundos de crédito rural.

A Secretaria de Estado de Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), em conjunto com as Federações da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), organiza medidas junto às instituições financeiras que operam esta modalidade de financiamento.

Para comprovar os prejuízos, os produtores devem solicitar a emissão de um laudo técnico à unidade do Incaper do município.

A Seag também orienta as prefeituras a entrarem em contato com a Defesa Civil para analisar a necessidade de decretar Situação de Emergência. Neste caso o município tem facilidades para contratar serviços e comprar equipamentos ou produtos que possam colaborar com o abastecimento de água para consumo humano e com a alimentação animal.

“A cafeicultura foi a principal cultura atingida pela escassez de chuva no Estado. Estamos trabalhando em conjunto com as instituições financeiras para a prorrogação de débitos de crédito
rural para que nossos agricultores não fiquem desamparados neste período difícil”, enfatizou o secretário de Estado de Agricultura, Enio Bergoli.

“A falta de chuva diminuiu a produção das lavouras, principalmente no Norte do Estado, onde alguns grãos não chegaram nem a evoluir. Com isso, avaliamos um prejuízo de R$ 400 milhões para o Estado”, afirmou o diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Espírito Santo (Fetaes), Clésio Brandão.
Fonte: Matéria de Julio Huber - Jornal A Tribuna

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

1° Salão de Cafés Especiais do Espírito Santo

Visando dar destaque a importância e a qualidade do café produzido no Estado, será realizado durante a SUPER ACAPS PANSHOW o 1º Salão de Cafés Especiais do Espírito Santo.

O Salão do Café tem como objetivos, resgatar a importância do produto “café capixaba” diante da opinião pública interna, dar apoio as indústrias locais em todas as fases que compõe o processo produtivo industrial, facilitando o acesso a informações tecnológicas e inclusão no programa de qualidade do café brasileiro da ABIC. Enfim, propor as indústrias, estratégias, táticas e ações que possibilitem posicionar o café capixaba entre os melhores e torná-lo diferenciado, compatível com o desejo do consumidor.
Fonte: Site ACAPS

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

1º Salão de Cafés Especiais do Espírito Santo

O Brasil é o maior produtor de café do mundo, e ocupa o segundo lugar em consumo da bebida. Metade do que é gerado, é destinado à exportação. O mais interessante nesse cenário, é que o Espírito Santo, com apenas 0,5% do território nacional, é o segundo colocado no ranking de cultivo do país. É líder na produção da variedade do tipo conillon e se destaca também quando o assunto é o tipo arábica.

Visando dar destaque a importância e a qualidade do café produzido no Estado, será realizado o 1º Salão de Cafés Especiais do Espírito Santo, que acontecerá nos dias 13, 14 e 15 de junho, durante a 24ª feira da SUPER ACAPS PANSHOW, edição 2010.

Em uma área de 216m2, posicionado na parte central da feira, os visitantes irão apreciar as mais variadas formas de se saborear um bom café em uma moderna cafeteria. O espaço do salão contará com um confortável balcão para 14 pessoas, um moderno lounge para que os visitantes possam usufruir de um local confortável e elegante, bem nos moldes das melhores cafeterias do mundo.

Com os equipamentos mais modernos, oferecidos pela Italian Coffee, as receitas serão preparadas por baristas, profissionais experientes e consagrados no preparo da bebida, que virão especialmente de São Paulo para o evento. O preparo de cada receita será tratado com destaque de um verdadeiro show, para que o público perceba a versatilidade, os sabores e principalmente os encantos que o café pode proporcionar.

Nesse espaço, os visitantes além de degustar receitas com o produto café, também poderá assistir em várias telas de LCD a uma seleção de videoclipes, shows e a documentários contando a história do desenvolvimento, da importância, e a qualidade do produto cultivado no Espírito Santo. Será também reservada uma área para diversão, onde teremos um palco para apresentações musicais com o melhor da música nacional e internacional.

Com arquitetura moderna e com traços de nobreza clássica, serão utilizados recursos que vão misturar estilos de forma harmoniosa, confortável e elegante. O salão será montado com materiais de conceito – ecologicamente corretos – e com Certificação Verde.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Seca vai afetar qualidade do café

Os impactos da seca na cultura do café conilon não serão só na queda na produtividade. A qualidade final do produto também será afetada devido às altas temperaturas e a falta de chuva em uma fase importante do desenvolvimento da planta, o enchimento do grão.

A demanda por água do cafezal neste período é grande, e com a carência hídrica, o enchimento do grão fica comprometido, levando ao chochamento do mesmo e a formação de grãos pretos, com menor peso. Até as áreas irrigadas não estão suportando os efeitos do calor excessivo, com os termômetros registrando de três a quatro graus acima da média por dia.

O coordenador do programa de cafeicultura do Incaper, Romário Gava Ferrão, alerta os produtores de café em relação aos períodos de seca. "Independente do ano, se chove muito ou pouco, o produtor tem que se preparar, com reservatórios de água, renovar a lavoura com variedades mais resistentes a seca, realizar a poda corretamente e nutrir bem as plantas", destaca.
Fonte: Site Faes (Federação da Agricultura do Espirito Santo)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Safra de conilon no ES pode ter queda de 25%

Os produtores de café da região norte do Espírito Santo estão sofrendo com a estiagem prolongada, desde o mês de novembro do ano passado. As lavouras da variedade conilon sofrem com a falta de chuva e as altas temperaturas, fato que pode resultar em queda na produção.

Especialistas já afirmam que a safra 2010 não será conforme as expectativas iniciais da Conab, porém não sabem precisar qual será a queda na produção de café conilon no Estado capixaba.

O secretário estadual de agricultura, Enio Bergoli, disse, neste sábado (06), no seu twitter, que os técnicos do Incaper irão finalizar nesta semana as estimativas de perdas na produção. De acordo com Bergoli, algumas fontes apontam para o café conilon uma queda de safra entre 20% e 25%, sendo cerca de 15% para as lavouras irrigadas e 30% para as que não recebem irrigação. "A queda se refere a estimativa da safra 2010, que era boa. Contudo, esses dados não são oficiais", ressalta o secretário.
Fonte: Site Faes (Federação da Agricultura e Pecuária do Espiríto Santo)

Brasil: consumo per capita de café supera expectativas

Este ano poderá ficar marcado como o da virada para a indústria do café no Brasil. O setor comemorou no ano passado o crescimento do consumo anual per capita de café torrado (4,65 kg). A marca ficou bem próxima do recorde de consumo, de 45 anos atrás.

Em 1965, o consumo médio por habitante foi de 4,72 kg, segundo a Abic - Associação Brasileira da Indústria de Café. Portanto, se os brasileiros consumirem 71 gramas a mais de café ao longo de 2010, baterão a marca histórica. Os 4,65 kg equivalem a 78 litros da bebida.

Nos anos 90, a média do crescimento per capita de café torrado foi de 100 g. Nos anos 2000, é de 93 g. Em 2009, o consumo de café no Brasil cresceu 4,15%, superando a expectativa da indústria. O relatório anual da Abic mostra que entre novembro de 2008 e outubro de 2009 foram consumidos internamente 18,39 milhões de sacas de café -ante 17,65 milhões no período anterior.

"O resultado excedeu as expectativas iniciais da Abic, que eram de um crescimento de 3%, levando em conta a crise econômica mundial iniciada em 2008. O relatório da entidade diz que a crise não afetou o consumo de café.

O crescimento do consumo está relacionado não apenas ao número maior de xícaras de café que o brasileiro anda bebendo mas também às diversificações na hora de tomar a bebida, seja na forma de cappuccinos e outras combinações com leite. A indústria credita essa situação à melhora da qualidade do produto oferecido, além da maior oferta de cafés superiores e gourmet e ao incremento do número de cafeterias.

Campeões em consumo

Embora seja o maior produtor mundial de café, o Brasil está ainda bem distante dos maiores consumidores. Na comparação feita em grão cru, o consumo per capita no Brasil é de 5,81 kg por ano. O país supera o consumo per capita na França e na Itália e se aproxima do consumo na Alemanha -de 5,86 kg por ano. "Os campeões de consumo ainda são os países nórdicos -Finlândia, Noruega, Dinamarca-, com um volume próximo dos 13 kg por habitante/ano", informa a Abic.

A entidade pretende estimular ainda mais o consumo do café, inclusive com a maior oferta de cafés diferenciados, ancorados nos selos de pureza da Abic, que, conforme a entidade, têm contribuído de forma importante para a expansão.

A partir das certificações, o Brasil começou, no início dos anos 2000, exportar café torrado e moído, que agrega mais valor. O estímulo continua, embora a exportação desse tipo de produto ainda seja pequena.

De acordo com o Departamento do Café do Ministério da Agricultura, do total das exportações de café (1,715 milhão de toneladas) em 2009, apenas 5.419 toneladas foram de café torrado e moído. As vendas externas do café verde totalizaram 1,639 milhão de toneladas; do solúvel, 64,8 mil toneladas. A produção foi de 39,4 milhões de sacas, sendo 18,4 milhões para o mercado interno. A estimativa para este ano é que o consumo interno atinja 19,3 milhões de sacas.
Fonte: Site Sincafé

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Brasil supera Colômbia na exportação de café aos EUA

A Colômbia perdeu em 2009 para o Brasil a liderança como primeiro exportador de café aos Estados Unidos, segundo um balanço até novembro publicado por meios locais de imprensa.

De acordo com o estudo, citado pelo diário Portafolio, a Colômbia exportou aos Estados Unidos o valor de US$ 702 milhões, enquanto o Brasil vendeu US$ 740 milhões, para um crescimento de 1% com relação ao mesmo período do ano anterior.

Para o setor cafeeiro colombiano, esse valor representou uma baixa de 8% com relação a 2008, ano em que superou o Brasil por uma escassa vantagem, de US$ 18 milhões, ao registrar vendas totais de US$ 847 milhões.

De acordo com o balanço feito pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a queda na posição colombiana obedeceu a fatores climáticos e aos altos preços dos fertilizantes.

As exportações brasileiras de café em 2009 foram de cerca de US$ 3,8 bilhões, com uma redução de 8% com relação a 2008, enquanto a Colômbia exportou cerca de US$ 1,4 bilhão. Apesar de o Brasil ser o maior exportador mundial de café, não tinha superado a Colômbia durante anos como principal abastecedor do mercado dos Estados Unidos.
Fonte: Site Sincafé