quarta-feira, 14 de abril de 2010

As faces do café


Depois do petróleo, o café é a segunda mercadoria mais importante para a economia do mundo

Somente em 2009, foram quase 78 litros por habitante, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). O estudo mostra que o resultado aproxima o consumo per capita brasileiro ao da Alemanha e já supera os índices da Itália e da França, que são grandes apreciadores de café. Os campeões de consumo, entretanto, ainda são os países nórdicos - Finlândia, Noruega e Dinamarca.

Quer mais números? Então, vamos lá. Cerca de 91% da população brasileira acima de 15 anos é consumidora de café. Os brasileiros estão consumindo mais xícaras por dia e diversificando as formas da bebida, adicionando ao café coado, os expressos, cappuccinos e outras combinações com leite. Tem para todos os gostos.

Tipos no mercado

Atualmente o mercado oferece quatro tipos de café: o solúvel, descafeinado, aromatizado e orgânico. Os cafés aromáticos tiveram boa aceitação, mas escondem um pouco o gosto peculiar do café, conforme explica a consultora em cafés Ana Argenta. "Eles podem ser os mais variados: menta, trufas, limão, chocolate, licor, amêndoas, avelãs, creme irlandês, damasco, entre outros. Há poucas marcas que disponibilizam esses cafés, mas são bem aceitos por quem os aprecia. Como os aromas são bem acentuados, predominam sobre os naturais".

Para muita gente, o café descafeinado é mais que sem graça. "Há basicamente dois processos para descafeinização que são por solvente e por água. O primeiro é essencialmente químico, onde a ação de um solvente faz a retirada da cafeína, e também dos aromas do café, por isso um café descafeinado pode "perder a graça". No segundo método, é utilizado água para retirar a cafeína, preservando os aromas do café", diz Ana. Entretanto, não se pode negar que ele é a salvação de muita gente. "Ele é uma opção para quem mais sensibilidade à cafeína, ou mesmo quem não consegue dormir a noite", pontua a cafeóloga Eliana Relvas.

Qualidade do café

Quanto à qualidade, podemos classificá-los em tradicionais, superiores e gourmets, como explica Eliana. "Os tradicionais são usados no dia a dia, com custo beneficio bom. Os superiores têm qualidade melhor na matéria prima e o amargor diminui, podendo ser usado em cafeteiras italianas, francesas e espresso. Por último, temos os gourmets, cuja matéria prima é melhor. São grãos mais caros, com aromas e sabores mais delicados, podendo ser preparado em todos os tipos de cafeteiras". Mas não pára por aí. Segundo a especialista existem outros tipos como os biodinâmicos - plantados e colhidos de acordo com o calendário lunar agrícola -, grãos com origens diversas como mogiana (SP), cerrado (MG) e sul de minas e exclusivos, como o bourbon amarelo.

Tantas variedades fazem as cafeterias movimentarem R$ 70 milhões por mês e ganharem cada vez mais clientes. A estimativa é de que já existem no Brasil cerca de 2,5 mil casas de café, empregando 30 mil funcionários. A expansão dobrou nos últimos seis anos. "As cafeterias estão cada vez mais preocupadas e empenhadas em oferecer ao público cafés de alta qualidade, variedade em seus cardápios, equipamentos compatíveis com a qualidade dos produtos e equipe treinada e profissionalizada para o preparo de um café de qualidade", ressalta Ana Argenta.

E nessa equipe entram os baristas, profissionais que devem conhecer todas as etapas da cadeia produtiva e comercial do café. "O barista deve ser obstinado no preparo de uma xícara de qualidade, conhecer e aprimorar técnicas e, como está em contato direto com o cliente, é fundamental que tenha perfil para trabalhar com os diferentes públicos", explica a consultora. Entretanto, somente um curso na área não basta. Segundo Ana, para ingressar na profissão, é importante ter muita vontade de aprender e muito amor pelo café. Essa é a hora: com o aquecimento do mercado do café cada vez mais a profissão se consolida e é valorizada.
Fonte: Sincafé

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