sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Fundo Estadual do Café mobiliza lideranças

O Fundo deverá aprimorar processos produtivos, de agregação de valor, de divulgação, mas para que o produtor tenha renda

O compromisso de criação do Fundo Estadual do Café, proposto pelo governador mineiro Antonio Anastasia (PSDB), durante sua campanha à reeleição, está mobilizando o setor produtor de café, que enxerga no Fundo um instrumento para o fortalecimento da cafeicultura nacional.

Neste sentido, o Conselho Nacional do Café – CNC se reuniu na quarta-feira (01), em São Paulo, iniciando as discussões para a formatação de um documento com sugestões ao Governo de Minas, contendo diretrizes fundamentais para que o fundo possa efetivamente contribuir com uma política nacional de café, que tenha como meta aprimorar processos produtivos, de agregação de valor ao produto, de divulgação, entre outros pontos, mas sempre com a visão de que o produtor deve ter renda com sua atividade.

O consultor do CNC, Francisco Ourique, explicou que o projeto sugerido será um arranjo de uma estrutura institucional mínima para coordenar, acompanhar e produzir informações relativas à cafeicultura mineira.

“Minas é o maior estado produtor de café do Brasil e do mundo, mas não tem um produto característico do estado nas prateleiras dos consumidores nacionais ou internacionais. A qualidade e as características do café mineiro se perdem pela manipulação do produto in natura pelos agentes comerciais”, refletiu Ourique.

Ourique diz que “para viabilizar tudo isto, que envolve a criação de uma nomenclatura mineira, regra de origem, marketing e propaganda, além da estruturação da cafeicultura mineira em áreas típicas, será necessário a alocação de recursos. A idéia que estamos desenhando, como sugestão ao governador, é a criação do Fundo de Defesa da Cafeicultura Mineira com recursos oriundos do ICMS, em modelo parecido com que o Estado de Mato Grosso fez há alguns anos”, detalhou o consultor.

“A intenção do governador Anastasia tem importância histórica, considero antes mesmo de sua criação uma grande vitória do setor cafeeiro. É fundamental porque os produtores de café foram esquecidos pelo governo federal nos últimos anos, o que agravou a situação de penúria que vemos hoje no campo”, enfatizou o presidente da Frente Parlamentar do Café, deputado federal Carlos Melles. Para o deputado “Minas, como o maior produtor nacional de café pode e deve contribuir para uma política nacional do produto, que é responsabilidade do governo federal”.

“O Fundo é usado no momento de crise. Se há uma ferramenta forte na base, há sustentação que dá proteção ao produtor, garantindo renda mínima para o seu sustento”, disse o presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Estado, deputado estadual Antônio Carlos Arantes, que também é produtor de café.

“Já temos uma política muito positiva de cooperação, de assistência técnica, de produtividade e excelência do café em Minas. Vamos criar um projeto estruturador, vinculado ao governador do estado, e o Fundo Estadual do Café, com recursos do tesouro de Minas, exatamente com este objetivo de identificarmos onde estão as prioridades para alocarmos esses recursos. Ora para seguro, ora para garantia, e para diminuir a questão das margens”, explicou o governador Anastasia em entrevista em agosto de 2010.

Outro que endossa a criação do Fundo e que promete arregimentar apoios em nível federal é o ex-governador Aécio Neves, eleito para uma cadeira no Senado. “O café não tem a atenção que precisa ter. Espero, no Sendo também, ao lado do governador Anastasia, agir com o apoio de outros estados produtores para que possamos ter uma política permanente, que dê tranqüilidade e, obviamente, lucratividade para a atividade da a cafeicultura”, afirmou Aécio Neves.
Fonte: Coffee Break

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