O movimento das indústrias de torrefação pela liberação da importação de café de outros países, para a formação de novos blends (misturas), está preocupando os representantes das várias cadeias produtivas da cafeicultura capixaba. Eles temem que as articulações que estão sendo feitas junto à Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) ganhem corpo e as importações sejam liberadas sem uma ampla discussão do tema e sem a definição de regras claras.
Na próxima quinta-feira,às 16h, representantes de oito cooperativas de produtores de café ligadas à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB-ES) e dirigentes das federações da Agricultura (Faes) e dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaes) reúnem-se com o secretário estadual da Agricultura, Enio Bergoli,para discutir os impactos da medida e as ações que deverão ser desenvolvidas junto ao governo federal.
A justificativa das torrefadoras para reivindicar a liberação da importação de café é a necessidade de ampliar o mercado externo e conquistar novos espaços. Para isso, alegam, é preciso a formação de novos blends, de acordo com as demandas dos diferentes mercados. Na França, por exemplo, os blends com cafés brasileiros precisam de 10% de café da Etiópia.Nos Estados Unidos, 15% a 20% do café colombiano.
Para Bergoli a importação de café é um fato que acontecerá no futuro e não há como fugir dessa realidade. Mas ele alerta que a liberação da importação não pode acontecer agora e sem a definição dos critérios que deverão ser observados. “Isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde, mas quando acontecer temos que estar certos de quem nenhum elo da cadeia da cafeicultura será colocado em risco”, salienta.
O Espírito Santo e o Brasil, reconhece o secretário, precisam desenvolver estratégias de marketing para os cafés industrializados. Ele lembra também que o Brasil, maior produtor e maior exportador de café, precisa aumentar o valor agregado dos cafés exportados. Em 2008, por exemplo, as exportações brasileiras de café torrado e moído foram de apenas US$ 38 milhões.
Uma das preocupações com a liberação da importação de café é com a questão fitossanitária. O outro ponto é o custo de produção do café brasileiro, qué é bem superior ao dos países concorrentes, por razões diversas.As três principais são a valorização da moeda nacional frente ao dólar que repercute nos insumos, o alto custo da mão de obra e a pesada carga tributária.
Por esses e outros motivos, o Brasil não pode liberar a importação do produto, sem a definição do marco regulatório, pondera Bergoli, embora ele reconheça que, pelas regras do mercado globalizado, não há como evitar que isso acabe acontecendo.
Mas a liberação da importação sem prejudicar todas as cadeias da cafeicultura brasileira, pondera, só deve ser aprovada depois de uma ampla discussão das regras que estarão regendo as operações de importação.
"Não temos medo de concorrer com o mundo, desde que as regras sejam claras"
Enio Bergoli Secretário Estadual de Agricultura
Fonte: Jornal A Gazeta
Na próxima quinta-feira,às 16h, representantes de oito cooperativas de produtores de café ligadas à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB-ES) e dirigentes das federações da Agricultura (Faes) e dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaes) reúnem-se com o secretário estadual da Agricultura, Enio Bergoli,para discutir os impactos da medida e as ações que deverão ser desenvolvidas junto ao governo federal.
A justificativa das torrefadoras para reivindicar a liberação da importação de café é a necessidade de ampliar o mercado externo e conquistar novos espaços. Para isso, alegam, é preciso a formação de novos blends, de acordo com as demandas dos diferentes mercados. Na França, por exemplo, os blends com cafés brasileiros precisam de 10% de café da Etiópia.Nos Estados Unidos, 15% a 20% do café colombiano.
Para Bergoli a importação de café é um fato que acontecerá no futuro e não há como fugir dessa realidade. Mas ele alerta que a liberação da importação não pode acontecer agora e sem a definição dos critérios que deverão ser observados. “Isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde, mas quando acontecer temos que estar certos de quem nenhum elo da cadeia da cafeicultura será colocado em risco”, salienta.
O Espírito Santo e o Brasil, reconhece o secretário, precisam desenvolver estratégias de marketing para os cafés industrializados. Ele lembra também que o Brasil, maior produtor e maior exportador de café, precisa aumentar o valor agregado dos cafés exportados. Em 2008, por exemplo, as exportações brasileiras de café torrado e moído foram de apenas US$ 38 milhões.
Uma das preocupações com a liberação da importação de café é com a questão fitossanitária. O outro ponto é o custo de produção do café brasileiro, qué é bem superior ao dos países concorrentes, por razões diversas.As três principais são a valorização da moeda nacional frente ao dólar que repercute nos insumos, o alto custo da mão de obra e a pesada carga tributária.
Por esses e outros motivos, o Brasil não pode liberar a importação do produto, sem a definição do marco regulatório, pondera Bergoli, embora ele reconheça que, pelas regras do mercado globalizado, não há como evitar que isso acabe acontecendo.
Mas a liberação da importação sem prejudicar todas as cadeias da cafeicultura brasileira, pondera, só deve ser aprovada depois de uma ampla discussão das regras que estarão regendo as operações de importação.
"Não temos medo de concorrer com o mundo, desde que as regras sejam claras"
Enio Bergoli Secretário Estadual de Agricultura
Fonte: Jornal A Gazeta
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