quarta-feira, 29 de junho de 2011

Café agroflorestal é tema de simpósio no Maciço de Baturité

Especialistas das principais instituições de pesquisa em cafeicultura do Brasil discutirão com pequenos produtores do Maciço de Baturité, no Ceará, alternativas de reforço à produção agroecológica na região. Na pauta, também estará a busca por certificações para o acesso ao comércio justo (fair trade). O I Simpósio de Revitalização do Cultivo de Café Agroflorestal do Maciço de Baturité ocorre entre os dias 28 e 30 de junho, no hotel Escola SENAC, em Guaramiranga (a 110 km de Fortaleza). O evento é organizado pela Embrapa Agroindústria Tropical e pela Embrapa Café (Brasília-DF).

No evento, estarão reunidos produtores, técnicos, pesquisadores das principais instituições nacionais de pesquisa na área, representantes das prefeituras da região e de instituições de fomento. A ação conta com o patrocínio do Banco do Nordeste e com o apoio do Grupo Três Corações, do Sebrae e da Prefeitura Municipal de Guaramiranga.

Um dos palestrantes, Sérgio Parreiras Pereira, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), explica que a cafeicultura no Maciço de Baturité é uma das poucas no Brasil em sistema agroflorestal tradicional e orgânico, o que favorece a busca pela Indicação Geográfica (garantia da origem de um produto ou de suas qualidades e características regionais que pode ser apresentada como Indicação de Procedência ou Denominação de Origem).

O café do Maciço de Baturité é cultivado sob a sombra de árvores da Mata Atlântica, isso contribui para melhoria da qualidade do grão e evita a ocupação e exploração desordenada dos recursos naturais. “O sistema agroflorestal possibilita a manutenção da biodiversidade no Maciço”, salienta Sérgio Parreiras. Outras vantagens do cultivo agroecológico são a proteção do solo e a promoção do equilíbrio biológico natural da região, que é uma Área de Proteção Ambiental.

O coordenador do evento, Francisco Xavier, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, diz que a ideia é envolver produtores, pesquisadores, estudantes, instituições públicas e privadas na identificação de demandas de P&DI. Um segundo passo será a elaboração de projetos para gerar e adaptar tecnologias que visem ao desenvolvimento sustentável da cafeicultura familiar na região.

Atualmente, conforme Francisco Xavier, a produção de café no Maciço de Baturité é muito baixa, cerca de 15 mil sacas por ano. “Isso acontece por conta da acomodação do setor produtivo, falta de pesquisas, financiamento e de assistência técnica”. Ele completa que a bebida produzida do café do Maciço de Baturité apresenta excelente qualidade e que no passado foi exportada para a Bélgica e para a Suécia.

Fonte: Embrapa

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